“MANGUAÇA MALANDRO”.

                 (Humor).

 

 

O cidadão gostava de tomar as suas manguaças, já estava sóbrio há quase meio dia, mas isso só aconteceu por lhe faltar dinheiro para beber; não adiantava pedir fiado nos botecos, pois não lhe confiariam, teve então uma idéia.

Entrou em um boteco, olhou o proprietário e notou que o homem era careca; mas notou também um detalhe, ele continuava a pentear os míseros fios que lhe restavam.

Aproximou-se do balcão, e com a maior cara de pau falou.

- Notei que o senhor sente falta dos seus cabelos... Mas eu conheço um remédio que é inigualável!

- Besteira rapaz! Eu já usei tantos remédios e simpatias que me ensinaram! Disse o homem.

- Mas esse que vou lhe ensinar o senhor pode botar fé!

- Está bem, pode falar. Disse o homem.

- Antes o senhor coloca uma pinga...

O homem colocou a pinga no copo, o cara de pau bebeu, depois falou.

- O senhor tem que conseguir um carneiro.

- Hei! Que história é essa de carneiro?!

- É isso mesmo! O senhor tem que matar o carneiro! E coloca outra pinga...

- Está bem... Mas o que eu faço depois que matar o carneiro?! Perguntou muito interessado o homem.

- Be... Bem... O senhor co... Coloca outra pinga ai...

- Rapaz! Eu já estou ficando aborrecido! Disse o homem

colocando outra pinga.

- O se... Senhor mata o car... Carneiro e bo... Bota outra pinga ai...

- De... Depois o se... Senhor ti... Tira o couro... E bo... Bota outra p... Pinga.

- Hei rapaz! Conta de uma vez esse remédio!

- Si... Senhor... Vou sim... Ora! Tira o sebo do ca... Carneiro e cooloca mais uma!

O homem do boteco já nem soltava mais a garrafa, estava ligado nas complicadas explicações do bêbado, tentando tirar proveito de algo valioso.

- Mas rapaz... Pelo amor de Deus! Conta logo isso!

- Estetá bem!  O se... Senhor esfrega o sebo na cabeça! Esfrega e esfrega! Depois passa uma flanela, passa, passa, e vai passando...

Dizendo isso foi saindo do boteco, o homem corre atrás perguntando.

- Hei rapaz! Mas esse remédio nasce cabelo mesmo?!

- B... Bom amigo... Nascer...  Nascer cabelo mesmo... Eu na... Não sei... Mas dá um luuustro! Da peste!