Um Homem de um Grade Coração
Mário Antônio é meu cunhado. Sou casado com sua irmã.
Mário tem um grande coração. É também enorme, a diversidade de coisas pelas quais se deixa levar por este mundão afora,
embaladas por este mesmo coração.
Futebol; gosta demais. E claro, seu time favorito é Galo na veia.
Animais; gosta também e de cachorros, nem se fala. Precisa ver!
Cerveja e carne gorda então; basta mirar seu barrigão.
E pescaria? Gosto despertado num passado não muito distante, foi lhe tomando conta de tal maneira, que de uma pescaria de vez em quando à um riozinho mequetrefe próximo, estendeu seus anzóis à rios nunca dantes navegados. Mês passado - por exemplo - estava no sul da Argentina.
Enviou-nos um retrato que é uma maravilha. Se contasse, não acreditaríamos. O cara fisgou um peixe do grupo "osteichthyes", não sabe o nome, que segurado unido à seus pés, batia a cabeça em seu queixo. E olha que Mário Antônio tem uma boa estatura. Só com muita força pra colocar sozinho, aquele bicho esticado à frente de sua barriga. Teve que devolvê-lo ao rio. Para o IBAMA de lá; peixe fora de padrão para pesca.
E depois de mais de trinta dias fora, Mário Antônio chega, pra alívio e deleite de sua esposa Janíce.
Logo na primeira noite, numa daquelas famosas reviradas de cama, próprias das primeiras horas da claridade da manhã, Janice passa a mão ao lado e percebe que, no leito estava só.
Mário Antônio! Onde cê tá, querido? - gritou.
Do terreiro soou uma resposta:
vou fazer o que eu mais gosto, amor!
Estou louco de vontaaade... Vontade, Mário Antônio tem também muita.
Sem pestanejar, Janice senta-se na cama, mete a mão na porta entreaberta do guarda roupa, joga no corpo aquela linda e saudosa camisola do casamento, passa creme dental no dedo mesmo, só pra tirar o bafo de onça, cobre-se com o lençol e esfrega as mãos entre as pernas, feliz da vida, esperando pelo melhor. Agora; he, he, he!
Depois de 10, 15, 20, 30 minutos, tempo em que o coração retomara seu batimento normal, Janice abre de solavanco a janela do quarto e depara com Mário Antônio com a cabeça dentro da casa de sua querida cachorra Samantha. Do lado de fora, as duas – Samantha e sua filha Mel – pulam em cima dele, dando-lhe uma verdadeira surra, batendo-lhe com os rabos num frenético movimento de limpadores de parabrisa, levantando aquela poeirada danada no terreiro da casa.
Ah não! Meu Deus do Céu, rogou Janice.
Eu desisto! Difícil demaisss.
Rsrsrs.
Mário Antônio é meu cunhado. Sou casado com sua irmã.
Mário tem um grande coração. É também enorme, a diversidade de coisas pelas quais se deixa levar por este mundão afora,
embaladas por este mesmo coração.
Futebol; gosta demais. E claro, seu time favorito é Galo na veia.
Animais; gosta também e de cachorros, nem se fala. Precisa ver!
Cerveja e carne gorda então; basta mirar seu barrigão.
E pescaria? Gosto despertado num passado não muito distante, foi lhe tomando conta de tal maneira, que de uma pescaria de vez em quando à um riozinho mequetrefe próximo, estendeu seus anzóis à rios nunca dantes navegados. Mês passado - por exemplo - estava no sul da Argentina.
Enviou-nos um retrato que é uma maravilha. Se contasse, não acreditaríamos. O cara fisgou um peixe do grupo "osteichthyes", não sabe o nome, que segurado unido à seus pés, batia a cabeça em seu queixo. E olha que Mário Antônio tem uma boa estatura. Só com muita força pra colocar sozinho, aquele bicho esticado à frente de sua barriga. Teve que devolvê-lo ao rio. Para o IBAMA de lá; peixe fora de padrão para pesca.
E depois de mais de trinta dias fora, Mário Antônio chega, pra alívio e deleite de sua esposa Janíce.
Logo na primeira noite, numa daquelas famosas reviradas de cama, próprias das primeiras horas da claridade da manhã, Janice passa a mão ao lado e percebe que, no leito estava só.
Mário Antônio! Onde cê tá, querido? - gritou.
Do terreiro soou uma resposta:
vou fazer o que eu mais gosto, amor!
Estou louco de vontaaade... Vontade, Mário Antônio tem também muita.
Sem pestanejar, Janice senta-se na cama, mete a mão na porta entreaberta do guarda roupa, joga no corpo aquela linda e saudosa camisola do casamento, passa creme dental no dedo mesmo, só pra tirar o bafo de onça, cobre-se com o lençol e esfrega as mãos entre as pernas, feliz da vida, esperando pelo melhor. Agora; he, he, he!
Depois de 10, 15, 20, 30 minutos, tempo em que o coração retomara seu batimento normal, Janice abre de solavanco a janela do quarto e depara com Mário Antônio com a cabeça dentro da casa de sua querida cachorra Samantha. Do lado de fora, as duas – Samantha e sua filha Mel – pulam em cima dele, dando-lhe uma verdadeira surra, batendo-lhe com os rabos num frenético movimento de limpadores de parabrisa, levantando aquela poeirada danada no terreiro da casa.
Ah não! Meu Deus do Céu, rogou Janice.
Eu desisto! Difícil demaisss.
Rsrsrs.