O TESTAMENTO DO SEU CLÁUDIO
Seu Cláudio, um senhor de 83 anos, sentiu que a morte estava lhe alcançando e decidiu fazer logo seu testamento. Chamou o advogado Pedrosa, que lhe era muito confiável, para executar o testamento.
- Então, seu Cládio, como vai ficar?
Perguntou o advogado e seu Cláudiu disse:
- Bom, a casa em Buenos Aires, vou deixar para minha irmã Julieta.
- Buenos Aires? Uau! que mais?
- A fazenda de Minas, com 40 mil cabeças de gado, eu vou deixar pro meu filho mais velho, Charlles.
- 40 mil cabeças? Mama mía!
- Para meu filho adotivo, Jefersson, vou deixar a chácara.
- Chácara? Minha nossa...
- O Porsche 918 Spyder, deixo pro Caio, o caçula.
- Belo carro.
O advogado Pedrosa estava abismado com a riqueza do velho e seu Cláudio parecia nem se importar com nada daquilo, seu medo no momento era acabar morrendo e não terminar o testamento. E o advogado perguntou:
- Mais alguma coisa, seu Cláudio?
- Sim, claro! A fábrica de brinquedos, esta vou deixar para minha linda sobrinha, Amanda.
- Puxa... Uma fábrica...
- E por último, todo o dinheiro que há na minha conta bancária, os três bilhões de dólares, tudinho para minha esposa querida e amada, Marta.
- Trê-três bi-bilhões? É muito dinheiro...
- Pronto, agora já posso descansar em paz.
Naquela madrugada, seu Cláudio faleceu e enquanto o pessoal chorava desesperado, o advogado falsificava o testamento e, no dia seguinte, os familiares choravam diante do corpo do falecido e o advogado Pedrosa chegou para anunciar o repartimento dos bens.
- Me perdoem, mas eu tenho pressa. Podemos começar?
Disse ele e todos se sentaram para ouvi-lo. O advogado Pedrosa abriu uma pasta e retirou o falso testamento e começou a ler:
- Bom, aqui seu Cláudio diz "para minha irmã Julieta..." quem é Julieta?
E Julieta levantou o braço e disse:
- Eu!
- Bom, "para Julieta, eu deixo a casa..."
- Uau!
- Do cachorro.
- Ah.
- "Para meu filho mais velho, Charlles..." Charlles?
E Charlles se pôs de pé e falou:
- Aqui.
- Você... Vai ficar com as cabeças de boi.
- Sério?
- Mas só com as cabeças!
- Quê?
- "Para meu filho adotivo, Jefersson..."
E Jefersson falou:
- Sou eu.
- "Vou deixar as mangas".
- O quê? Mas... Só pés de manga?
- Os pés não, só as mangas.
- Droga.
- "Para Caio, meu filho mais novo..." Caio?
E Caiu se apresentou:
- Eu! Eu!
- "Vou deixar o carro..."
- Yes! Lega...
- De boi.
- Porcaria!
- E, Charlles, você pode ficar com os bois.
Caio franziu o cenho e perguntou ao advogado:
- Mas, se eu vou ficar com o carro de boi, então por que não posso ficar também com os bois?
E Pedrosa respondeu:
- Pergunte ao seu pai! Não foi ele quem escreveu o testamento? Continuando... "para Amanda, eu deixo a fábrica..."
E Amanda se manifestou em alegria, mas o advogado concluiu:
- Depois do incêndio.
- Mas, que...
Resmungou Amanda e ainda restavam dona Marta e alguns netos de seu Cláudio , então Pedrosa terminou, dizendo:
- Jonatas fica com a conta de luz e o gás, Rosa fica com a conta de água e do açougue, e dona Marta!? A senhora fica sozinha.
Dona Marta, viúva de seu Cláudio, entristeceu e o advogado ainda disse mais:
- Bom, agora lendo as entrelinhas... Seu Cláudio diz "e deixo minha mansão, meu carro importado e todo o meu dinheiro para... Meu amável e confiável advogado Pedrosa."
Indignado, Charlles, o filho mais velho de seu Cláudio, falou para o advogado:
- Mas, por que o papai deixou tudo para você, se nem faz parte da família?
- Espere, deixe-me ver... Hum... Desculpe, ele não diz isso aqui. Bom, tenham um bom dia e passem bem.
Assim que o advogado Pedrosa saiu, deixando toda a família apavorada, seu Cládio levantou de supetão da cama, dando um tremendo susto em todos e sua esposa lhe perguntou:
- Cláudio? Você voltou!?
E ele disse:
- É que eu lembrei de uma coisa e tinha que avisar pra vocês! Eu fiquei devendo uma enorme dívida para um pessoal aí e eles me colocaram na justiça, mas não se preocupem, eles só vão tomar a mansão, o carro e todo o dinheiro. Agora sim... Fui!