Um palpite...? Nunca se precipite...!
Saí de casa amargurado: justo no dia de meu aniversário nenhum cumprimento, nenhuma lembrança de mulher, filhos, pais, e tudo mais.
Somente ao chegar ao trabalho foi que me veio uma fímbria de luz, com a saudação efusiva, tempestiva, de minha secretária.
E o dia transcorreu sem quaisquer manifestações alusivas àquela data. Nem amigos do peito me fizeram o favor duma ligadinha. Ao encerrar o expediente, minha secretária, mui docemente, pediu-me se poderia, excepcionalmente, acompanha-la até seu apartamento.
Achei em princípio meio estranho aquilo, mas com prazer inusitado, fi-lo.
Ao chegar a sala, sob a escuridão, ela pediu-me que me sentasse e um uisquezinho tomasse. E me sussurrou que iria ao quarto, de onde voltaria num minuto.
Quando voltou, uma eternidade aquele minuto que passou, que surpresa:
trazia consigo, cantando um parabéns quase ensurdecedor, toda minha família, amigos do peito em pleno alvoroço - para me encontrar - veja a volta que o mundo dá: já nuzinho, empertigado, no sofá...