GARROLÊ

Ritinha do seu nenê

Levada pra daná

Só vivia pra cume

Sem gosta de trabalha

Mais um dia Ritinha

Depois de tanto cume

Fico doente coitadinha

Comeu muito , garrolê

Sinhá Rosa preocupada

Vendo a fia passá má

Correu em disparada

O seu doto foi buscá

O doto desceu do burro

Pela casa foi entrando

Escutando aqueles urros

De Ritinha estrebuchando

Mais parecia um frango

Com pescoço destroncado

Um verdadeiro mulango

Pelo chão esparramado

Cheio de preocupação

Falo o doto do jeito seu

Isso sim , é congestão

- O que foi que ela comeu?

A velha cá mão no peito

Teve que logo dizê

Ritinha tá desse jeito

Depois que comeu garrolê

- To num beco sem saída

Disse o doto de supetão

Já comi de tudo na vida

Mais garrolê ainda não

Num é comida ,é coisa de criança

Seu doto pode entendê

Ritinha encheu a pança

Pego um livro e agarrou a lê ...

José Braz da Costa