VERGONHA É PRA QUEM TEM

VERGONHA É PRA QUEM TEM

Nunca imaginei passar por aquela situação! Foi a coisa mais triste que me ocorreu até os dias atuais e também a maior vergonha sentida, algo que, penso, não sentirei igual.

Era pouco mais do *segundo dia do dia 11 de janeiro de 2012, numa manhã de sol radiante a qual me convidava para umas boas traquinagens, algumas pessoas de casa, ainda dormiam... imaginem quem? R-A-F-A-E-L, e A-L-E-X-A-N-D-R-E é claro. O Eduardo embrulhado de costas pro quarto e de frente à parede, com uma preguiça daquelas, insistia em não se levantar pra comprar pão e leite para o café da manhã, a propósito, esse negócio de comprar pão nunca me agradou, pois aprecio muito mais um bolo, um mangulão, um pão de queijo, que aquele pães secos e estorricados da padaria. Eu tenho a impressão que aquelas coisas que se compra lá, tirando o apressuntado... lógico né? Não são gostosos devidos uns assaltos que tem ocorrido lá segundo o meu papaizinho. Eu não sei se isso tem alguma coisa a ver! Só que é o que eu penso.

Deixa pra lá essa história, pois quero lhes contar o fato. Pois bem: como já disse, a manhã era linda e estava a brincar com um amigo, era o Augustinho, grande parceiro e muito esperto. Era uma amizade suspeita e mal vista pela nossa sociedade, porém eu mantinha em segredo e até o momento não havia nenhum problema. Estávamos rolando feitos dois animais no chão da varanda em uma brincadeira alucinante, mordia os pelos do seu rabo e ele as unhava-me o pescoço, quando de súbito surge a figura austera do “Sr. George Paulo... não me restou alternativa que não fosse a de tentar dissimular a situação, passei a grunhir soltar latidos enfurecidos como quem quisesse dizer que na minha frente, havia um inimigo, uma presa a ser abatida, o pobre do Augustinho sem entender nada, ouriçava os pelos e correndo rumo ao telhado do meu apartamento, continuava a querer levar a brincadeira adiante.

Que vergonha meu Deus, aquela minha encenação toda não convenceu o meu papaizinho, que ficou tirando sarro na minha cara, dizendo que era amiguinho agora até de gato. Imaginem se ele espalhar isso aí, e os outros cachorros da rua ficarem sabendo? Que vergonha meu Deus!

O Bob era um cachorro gentil com o gato, mas somente na minha ausência, já quando eu estava por perto...

*segundo dia do dia = é que o dia dos cachorros é diferente dos da gente, “num sabe?”

GEORGE PAULO
Enviado por GEORGE PAULO em 13/08/2015
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