PATENTEANDO UMA NOVA DOENÇA: A "PILANTROFOBIA"

Texto, algo humor de utilidade pública

Na qualidade de profissional da saúde, aqui escrevo no básico da minha prima especialidade, como simples médica clínica que todo clínico haveria de ser nesse mundo, todavia escrevo como "menos médicos", desses já considerados por aí, muito menos que os "MAIS" ou os "MAIS OU MENOS" médicos das ideologias mais modernas e acolhedoras e já com alguma vivência primorosa , meio que mais que matriciada em "psiquiatria afetiva", em decorrência da escassez dos especialistas psiquiatras que sumiram do SUS; então, como já posso atender por decreto na especialidade sem ser especialista legalizada, também posso diagnosticar e até me servir desse espaço para patentear e tratar uma nova doença que surge na sociedade brasileira:

A PILANTROFOBIA. Já ouviram falar?

Devo esclarecer que a psiquiatria me encanta!

O diagnóstico é fruto de um "ensaio observatório e auscultatório" de anos e anos a fio...

Nada como se registrar um novo evento nosológico principalmente quando, de tanto tratá-los, a gente percebe que também sofre dele, então, diante duma auto permissão, me atesto publicamente pelo novo cid 10- anti171: sofro de PILANTROFOBIA, uma doença sofrida e que, pelos sintomas intensos, digo que ela tem tudo para ser incurável, ao menos por aqui.

Antes uma breve explicação ETIMOLÓGICA do novo termo: o neologismo criado por mim -"PILANTROFOBIA"- vem do latim "pilantrus" que significa "pilantragem endêmica", endêmica que significa "de e para todos os lados e cantos mais inóspitos", e FOBIA que significa MEDO, esse termo já bem conhecido pelos psiquiatras e por toda a sociedade brasileira, já que podemos sofrer de medo de tudo...inclusive medos infundados.

Mas PILANTROFOBIA é medo fundamentado e mais que justificado o que, na verdade, atenua o seu caráter doentio.

A fisopatogenia da doença é química, ocorre através de neurotransmissores cerebrais que bombardeiam as sinapses neurológicas do mais ingênuos e simplórios, aqueles que acreditam em tudo e em todos, e os fatores desencadeantes são as aberrações do meio.

O meu diagnóstico por ora é apenas SINDRÔMICO, um conjunto de sinais e sintomas que podem participar de muitas doenças fóbicas, todavia a pilantrofobia, uma "fobia sócio-política" específica, tem caracterísitcas marcantes e é de fácil diagnóstico hoje em dia. Diagnóstico clínico, não dá sinais em exames complementares, já vou avisando.

A não ser que se faça um "pet-scan" cerebral na hora exata em que o agente "pilantrus" nos ameace, o que por aqui, é logisitcamente impossível.

Daí dá tudinho no exame! Os estragos ansiosos frente ao tudo.

Assim que o paciente sente intuitivamente a mínima possibilidade de cruzar com o agente eltiológico "pilantrus", via ruas, calçadas, jornais, revistas ou midia da WEB ou televisiva, até no trabalho, começa o bombardeio adrenérgico, sobe o cortisol com instantâneo déficit de serotonina, endorfinas e dopamina. O coração é órgão de choque.

Assim, acontece uma síndrome ansiosa aguda neuromediada que se caracteriza pela fisiopatologia do TRANSTORNO PILANTROFÓBICO AGUDO: medo , tremores, agorafobia (do tipo: e agora o que é que eu faço?), boca seca, taquicardia, distúrbio da marcha COM FASTINAÇÃO NO MEIO, algo como patinar e não conseguir sair do lugar (mas SEMPRE com vontade de sair correndo),alterações da fala tipo ficar mudamente atônito, alteração da alegria (anedonia) para um visível fáceis tipo inexpressivo, só se expressando por vezes o medo assustado e a exaustão pelas maracutaias epidêmicas, seguidos de perda do ânimo, perda do prazer POR NÃO CONSEGUIR "pilantropar" e um auto-questionamento tipo "por que sou tão diferente da pilantropia vigente?"o que lhe leva ao divã vitimado por uma despersonalização pilantrogênica idealizada, algo persecutória alucinativa, com esquiva do meio pilantrópico.

Bem, acho que por ser eu um MENOS CLÍNICO desmatriciado do pedaço dos "menos médicos" até que me saí mais ou menos bem na detecção duma nova doença psiquiátrica promovida pelo meio que ocorre em mim e no mundo todo! O que acham?

Talvez eu mereça um prêmio "nobre" da PILANTROFOBIA, quem sabe?

Advirto que a nova doença pode ser epidêmica, ou até de tendência PANDÊMICA, pelo crescente aumento do número dos casos dado pelas noticias globais de ultimamente.

Mas como não sou infectologista, deixo esse estudo dos diagnósticos etiológicos para os especialistas das doenças infecto-contagiosas mediadas pelo meio.

Para um menos clínico, já dei minha contribuição à ciência.

Ah, e não adianta querer tratamento enquanto os prováveis "pilantrus-vírus" estiverem se multiplicando.

Eles infectam todas as células primordiais a qualquer funcionamento orgânico compatível com vida digna. Drenam qualquer saúde!

Se cruzarem com algum deles por aí...usem máscaras e atravessem a calçada, porque a coisa pega!

Mas ao atravessarem as vias das nossas vidas cuidado para não cairem nos "buracos urbanos narcísicos", sempre um túnel escuro sem volta, para irem parar lá do outro lado dum mundo surreal, também pilantrotrópico na sua surrrealidade globalizada.

Há que se ter fé e rezar muito para que o milagre da cura nos dê suas bençãos aos cidadãos do bem comum.

Quem sabe uma vacina "anti pilantrus-vírus", antes que se dizime a honestidade e a fraternidade entre os Homens?

Fica aqui o urgente desafio científico...de caráter humanístico.

Nota: Mavi, com obra criativa de direitos autorais já patenteados pela OMS.