COBRA NO CALÇADÃO DA JOÃO PESSOA
Foi um Deus-nos-acuda quando “Pezinho” (o maior fofoqueiro do calçadão) gritou:
-Cobra no Calçadão!!!
O grito saiu da frente do antigo Cinema Palace, chegou até o Palácio Olímpio Campos, passou pela turma do ex-deputado Américo Alves que fica em frente ao Banese e encerrou ali na Igreja São Salvador.
-Eu não gosto de cobrinha! Eu sou admirador de anaconda. Falou histericamente uma prostituta desmunhecando para o autor do berro.
Entrosado com a Polícia Civil, o fofoqueiro telefonou para os agentes que não deram importância ao caso.
-Vá procurar a Polícia Ambiental- Gritou um agente desanimado com o desfecho.
Do Palácio Olímpio Campos, o governador de plantão, mandou sua segurança olhar o caso da cobra com carinho.
-Vá até lá e traga o animal vivo para levarmos até o Instituto Butantã. Ordenou o chefe do Poder Executivo.
A turma do ex-deputado Américo Alves coligou-se com o político sargento Ramilo e juntos protestaram contra o pequeno animal. Em frente à Igreja São Salvador um desempregado pegou um pau para matar a cobra:
-Mato a cobra e mostro o cacete! gritou enfurecido o valentão
Um mágico que fazia espetáculo ali perto foi acusado de trazer o réptil.
-Foi o mágico que trouxe a cobra para o calçadão! Ele conhece este truque.
Vendo o ambiente pesar para seu lado, o artista pegou seus apetrechos e se mandou do local.
Outro trabalhador circense que jogava fogo pela boca foi atiçado a “torrar” o animal:
-Torra! Torra!
-Não posso. O povo do Ibama pode aparecer e me prender. Gritou o artista com medo do povo.
- O governador quer o animal vivo para entregar ao Instituto Butantã. Avisou um membro da segurança do governo.
-Ele entrou no ralo! Alardeou “Pezinho”.
- A cobra não é grande, mas dar para o gasto. Ironizou a prostituta.
-Buuuuuuuummmmm! Disparou um tiro um policial civil que estava presente para acalmar o recinto.
-Não atire! Não atire que o governador quer o animal vivo.
Ao ouvir a palavra governador o policial se mandou do ambiente com medo de ser preso.
_ Cacete na cobra! Cacete na cobra! Berrou o valentão, que foi imediatamente desarmado pela turma da segurança do governador que queria o animal vivo. Sem o pau, o cabra saiu do local ligeiramente com medo da reação popular.
-Chame o Corpo de Bombeiros. Salientou uma inocente criança que logo foi aceita pela multidão enfurecida.
-Olhe aí, uma solução sábia.
Com a chegada da guarnição, “Pezinho” localizou a conhecida popularmente “cobra -de –duas- cabeças” que foi capturado pelo Corpo de Bombeiro, e entregue a segurança pessoal do governo para ser enviada ao Instituto Butantã.