PELAS NOITES DE TORRES
RETORNANDO AS NOITES DE TORRES
E AOS BRAÇOS DAS BELAS “Catitas”
Sinto-me mais faceiro do que lambari pulando em águas rasas de sanga
Mais contente do que aqueles setes patinhos nadando na lagoa
Mais faceiro muito mais faceiro do que gato que sai a noite
Para mais uma tentativa de apanhar aquela beleza de ratazana.
Porque em casa a que vem procurar o pedaço de queijo
Já não tem carnes tenras e nem tão saborosas!
Porém nesta minha faceirice tenho que tomar certos cuidados
Para que não apareça um plantador querendo desviar esta sanga
E assim tentar com ela, que é minha, abastecer sua lavoura
Onde provavelmente perecerei em terra seca!
Ou ainda, como um dos setes patinho nadando naquela lagoa
Não me apareça um caçador com cartuchos de chumbo grosso
E de tocaia, a tiros de espingarda, me abata sem piedade
Levando-me para servir de jantar a sua “família” esfomeada!
Sei também que preciso cuidar do velho gato enxerido
Que gosta de sair à noite vagando pelos telhados alheios
Aconselhando-o para que esqueça suas perseguições
Que vá espreitar em casa a sua “rata”, que procura
Pelo seu já quase desgastado pedaço de queijo
Que sossegue e vá descansar naquela sala quentinha
Esperando pela engorda em cima daquele conhecido saco.
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Do Livro - Elio Moreira - O HUMOR EM POESIAS.
Elio Moreira _ - Torres -_ RS