Caganera?
O garotinho, voltando da escola, encontra o pai, político de muita reputação, ação e putação cercado de correligionários, legionários e outros sabujos vários, pontificando, doutrinando e pavoneando.
Ao ser saudado pelo pomposo pai, o guri lasca-lhe logo uma pergunta:
- Ô pai, o sôr miorô da caganera?
Vermelho, colérico, histérico e esférico, o político chama o rebento à responsabilidade:
- Que isso meu filho, por que uma tão ridícula pergunta, repilo veementemente suas ilações, então sou eu porracaso um dos quarenta cagões?
Ao que o filho, contido, modera o tom e explica a razão de sua intempestiva indagação, corrigindo-se até no linguajar:
- É pai, eu fiquei acordado anteontem à noite, vendo o Brasil dar vexame contra a Colômbia e, quando fui dormir, passei em frente à porta do quarto do senhor e ouvi a mamãe perguntar, lacrimosa, pô, Evaristo, nem com prece essa bosta endurece?