Me perdeu porque não me entendeu!

Ela: E você, como é pessoalmente?

Eu: Normal, cabeça, tronco e membros, todos em cima de onde deveriam estar: cabeça em cima do pescoço, tronco abaixo da cabeça, braços nas laterais (tentando ser engraçadinho) etc... E sou uma pessoa de toque, sinestésico, gosto de ler, escrever, estudar, ensinar, não sou um Brastemp mas passo por um Consul, mas saudável e limpinho e escrevi o famoso kkkkkkkkkkkkk (que odeio demais). Bem, eu tinha quase certeza que ela não entenderia pelo menos o "sinestésico". "Realmente" ela confundiu a primeira pensando que era TOC –Transtorno Obsessivo Compulsivo e "realmente" por falta de cultura ou ver muito novela da Rede Globo, não sabia "realmente" o que era Sinestesia. E ficou preocupada com quem ela iria se relacionar.

Ela: Puxa, que tipo de “TOC” você tem?

Eu: (já meio desconfiado da falta de inteligência dela em não ter ligado o “toque com a sinestesia” entrei no jogo) ...todos os toques que você possa imaginar, braço, rosto, boca (deve ter imaginado eu fazendo cacoetes horrendos com a boca), pescoço (eu torcendo o pescoço), cabelos (eu me escabelando em um momento de loucura poética por não achar a rima, por exemplo), cintura, pernas, ah acho que o toque vale tudo, não acha?

Ela: Não acho não. Acho que você deveria procurar um especialista para pelo menos reduzir os “TOCs” e viver melhor.

Eu: (Já sacando tudo, continuei com a farsa) – Eu quero ter toques cada dia mais, querida, porque a vida sem toques não é uma vida saudável. Com tanta gente egoísta no mundo hoje em dia, acho que as pessoas deveriam agradecer encontrar alguém que tenha gosto por toques.

Ela: Credo Paulo Eduardo (minha mãe me chamava assim quando eu aprontava e eu sabia que vinha uma surra logo depois) ...eu não acredito que você queira isso para a sua vida, pode te atrapalhar em um relacionamento (até então parecia estar muito interessada em mim, conforme outras mensagens que trocamos!). “Amigo” (anteriormente me chamava de “amorzinho”) procure um especialista, acho que até sei o nome de um, depois te mando por e-mail, ok?

Eu: (Para terminar com aquele papo sem destino, ainda dei o tiro de misericórdia) “E o que você acha de eu ser tão sinestésico dessa maneira? (Na verdade, estava dando uma chance para ela se redimir)

Ela: Bem, “seja” o que você quiser (disfarçando não saber "realmente" (mais uma vez) o que era isso - para uma pessoa tão social. Olha, alguém está me ligando, ok? Mas se cuida viu, esse problema de “TOC” não é normal não, e eu não quero ver um “amigo meu” (desgraçada!) sofrendo com esse tipo de problema, depois te ligo.

Eu: Ok, kisses!

Resumo da ópera 1: Nunca me ligou (já faz 1 mês) e com certeza também não foi pesquisar (no Google) o que era sinestesia.

Resumo da ópera 2 – Perdi uma grande oportunidade de conhecer alguém cheirosa, bonita, carismática, voz bonita no telefone, boca linda, mas quase burra! E ela perdeu os meus “toques” que diga-se de passagem, já deu muito ibope com aquelas que, por serem inteligentes, gostaram e provaram os meus “TOCs”, aliás, toques!

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 10/06/2015
Reeditado em 11/01/2016
Código do texto: T5272447
Classificação de conteúdo: seguro