O TAXISTA GARANHÃO

Quem me contou essa foi um amigo taxista. Nas noites de folga, ele tirava a plaqueta do táxi, guardava no porta-luvas e saia “gandaiando” como se fosse um carro comum. Certa noite ele entrou em uma danceteria e ficou bebendo uns goles sondando um ambiente, agradou-se de uma morena, convidou-a para dançar. Conversa vai, conversa vem, após dançarem foram tomar uns drinques.

Lá pelas tantas, ela disse que iria embora, ele ofereceu-lhe carona até sua casa. Era bom de papo, convenceu-a a dar umas voltas de carro. Ela topou. Ele levou-a a um lugar isolado, bem longe da cidade, onde ele levava as garotas que conseguia conquistar. Lá chegando, lugar ermo, no meio de um cerrado, começou a “depená-la” como costumava dizer. Quando ele já estava em ponto de bala, já partindo para os “finalmentes” ela disse:

-Devagar com o andor, vamos combinar primeiro, eu cobro cinqüenta reais por programa...

Foi uma ducha de água fria em seu entusiasmo, ele pensou:

-Ora se eu quisesse pagar para transar, iria na zona...

Ele após pensar um pouco disse:

-Tá certo, mas vamos descer do carro, tá muito abafado aqui.

A garota desceu do carro e ele rapidamente bateu a porta travando-a. Pegou a plaqueta do axi, colocou no teto do carro e disse:

-Meu carro é táxi, por uma corrida desse tamanho, ida e volta, cobro também cinqüenta reais, se não pagar, fica aí, e vá a pé...

Aí eu perguntei:

-E aí, ela pagou?

Ele rindo disse:

-Claro, acha que ela iria ficar num matagal escuro daquele?

Para cada espertinho, há um espertalhão...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 01/06/2015
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