O PORTUGUÊS NA AUTO-ESCOLA

Quando fui tirar minha carteira de habilitação, não havia obrigatoriedade de se freqüentar auto-escolas. Aprendi praticamente sozinho e por não conhecer “as manhas” fui reprovado três vezes. Finalmente resolvi tomar umas aulas de direção em uma auto-escola de minha cidade. O único veículo disponível para treinos era um fusquinha todo escangalhado. Para se virar uma esquina tinha-se que dar duas voltas no volante, para se frear o veículo tinha-se que “bombar” o pedal de freios. A caixa “embaralhava” as marchas. Finalmente consegui a tão almejada carteira.

Um português passou pela mesma situação que eu. Entrou em uma escola após levar vários “paus”. A empresa tinha dois carros: um Fiat Pálio novinho em folha e um Gol já um pouco surrado. Ele ia bem cedo à auto-escola para pegar o Pálio novo. Todas as manhãs ele conseguia pegar o carro novo. Certo dia ele apareceu por lá e o instrutor após olhá-lo, verificou espantado a vestimenta dele. Estava com uniforme de goleiro, com: luvas, camisa acolchoada, joelheiras, meões e chuteiras. O instrutor perguntou:

-Epa! Que presepada é essa? Vai treinar vestido assim?

-Claro! Estou cumprindo suas ordens...

-Minhas ordens? Tá doido?

-Você me disse ontem que o Pálio ia para a concessionária para revisão e que hoje eu iria treinar era no Gol.

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 18/05/2015
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