GARANTO O BOTOX!

Pagamos as contas...

Pagamos as dívidas

O carrão do bacana

E a sua salada de endívias!

Pagamos o hotel,

E o preço do palanque!

Todos os banquetes

Regados a champanhe.

Pagamos o luxo

Até das amantes!

Fiéis depositários

Do vil acachapante.

Pagamos o implante

Do couro careca...

Inclusive o vexame

Das tantas cuecas.

Levamos o tiro

De toda culatra

Não só do menino

A beira da estrada.

Pagamos a miséria

Da impunidade...

Que sequer se resolve

Na maioridade.

Pagamos a bolsa

Da bela deputada

Que em nobre discurso

Se julga coitada.

Até relaxamos

No gozo da ministra

Que saiu do vermelho...

Mas saiu toda arisca.

Saiu esbravejando

No chão que comeu

Ganhando o dinheiro

O meu ...e o seu!

rsrsrsrsrsr

Pagamos o pato

De todo deputado

Que vota acuado

Com dinheiro no papo.

Dinheiro que é nosso!

Até no mensalão...

Antes num mensalinho!

Nunca num PETROLÃO.

Levaram o óleo...

Teve até explosão!

Sobrou só o rescaldo

De toda corrupção.

De salto bem alto

Houve quem escorregou

No chão derrapante

Que a muitos atolou.

Passou Passadena

Pela passarela...

Virou-se a página

A verde-amarela.

Passou de surdina...

Pela malandragem

Passou bem supina

Sempre sem piedade.

Pagamos o cartão

De toda ministra

Até o botox!

Que as caras estica!

E o meio ambiente

Está todo às môscas!

Que fazem as festas

Nas boquinhas marotas...

Limpamos os lixos

De todas as barras!

Menos o da Baía

Da nobre Guanabara.

Que aguarda aflito

Pra boiar na olimpíada

Onde sequer um bandido

Velejaria a tal sina!

Matamos o mosquito

No pico da enchente...

Em meio ao abandono

Não há povo que aguente!

Até a chikungunya

Perece de Dengue...

Mas pagamos a unha

Do político carente.

Frente a tanta dor

Chamamos o edital

Venha qualquer doutor...

"somo todos igual".

Somos os maioral!

Os "mais doctor" em tudo

Seja aqui na cidade...

Ou em qualquer fim de mundo!

Curamos malária

Hanseníase e gripão

Mas nos nunca aprendemos

A curar corrupção!

Também não tratamos

Toda a negligência

Que faz suas vítimas

Perante as ausências.

Dum Estado que mingua

Em triste decadência

Pagamos as contas

Da falta da ciência.

Ciência pra tudo!

Urgimos no úrtimo

Porque chique mesmo

É sanear absurdo.

Pagamos os ismos

De todo charlatanismo...

E assim sucumbimos

À beira do abismo.

Morremos contentes

Sem leito ou na rua

E em toda essa gente...

Votamos na urna.