Parábola do filho pródigo - a verdade
Quase meio mundo conhece a parábola do filho pródigo. Para o outro ‘meio’ que não conhece, vamos contá-la resumidamente.
Um homem tinha dois filhos. Certo dia o mais moço deles falou: “Pai, dá-me parte dos bens que me cabe”. E o pai assim o fez.
O filho juntou tudo o que era seu e partiu para terras distantes e lá se entregou a todos os vícios e prazeres e em pouco tempo sua fortuna dissipou-se.
Padecendo, teve que se empregar como tratador de porcos, vivendo na imundície dos estábulos e alimentando-se do que os animais rejeitavam.
E uma noite ele pensou: “Os trabalhadores de meu pai têm melhor pão e chão do que eu. Vou voltar”.
No primeiro encontro que teve com seu pai, disse; “Pai, pequei contra o céu e não sou mais digno de ser tratado como teu filho, mas aceita-me como um dos teus trabalhadores, pois duro deve ser o castigo de um homem que gastou toda sua herança com bebidas raras (o vinho que aqui se bebe é vinagre), comidas inigualáveis e meretrizes magníficas. Sim, magníficas - pele morena, fartos seios e coxas...Ah, e que coxas!”
No outro dia o pai chamou os dois filhos e expôs sua situação:
- Com a doença de vossa mãe - que veio a falecer, tomei dinheiro emprestado no banco SempreTira e por conta disso nossa produção de azeitona está comprometida por uns 10 anos - se o tempo ajudar. Isso sem contar com os altos impostos que nos cobra o governo romano. Estou com 63 anos e a expectativa de vida é de no máximo 70, segundo o IBGE - Idade Baixa para Gente Endividada. Isso quer dizer que o tempo corre contra mim. Sem esquecer que filho mais velho, já com 35 anos, não conhece prazer algum.
- Portanto, vendamos essa propriedade a Salim, dando o calote no banco, e vamos viver nessa terra de mulheres magníficas. Quando acabar o dinheiro, que deve ser suficiente por uns oito anos, vamos tentar emprego em alguma prefeitura.
E se eu morrer antes de vocês, o que é bem provável, escrevam na minha lápide: “Confesso que vivi”
1° de abril de 2015