Tempos idos, dolloridos, colloridos...

Já não era mais o tempo do preto e branco. O Brasil vivia sonhos colloridos, querendo derrubar a inflação com um ypon, voando em caças supersônicos e fazendo manchetes pelo mundo afora. Era o máximo, o apogeu.

Tudo, tudo, parecia ao alcance, ou abaixo, de nosso Imperial Pontifex Maximus, por sinal, eleito pelo povo. Mas a sensação que se tinha é que elle vivia isolado, no sétimo céu, e o povo, naquella miZellia pra dedéu. But who cares, o povo era só um detalhe.

E apesar de tudo à mão, e a perplexidade da nação nosso Imperator quis ir mais allém:chamou seu fiel escudeiro palaciano e lhe encomendou missão das mais árduas: conseguir um espaço nobre no mais fechado clube do mundo, o Cemitério de Getsêmani, em Jerusalém.

O fiel serviçal cumpriu a missão, mas ao reportar ao Chefe Supremo, teve logo um comichão: Majestade, o custo da vaga para a eternidade lá naquela santa cidade é caríssimo, será um estouro ao nosso combalido tesouro... São milhões de dólares que exigem por vaga cativa. Afinal, lá se enterrou gente de truz, vê o caso de Jesus...

E veio a trovejante resposta: jovem escudeiro, acho que Vossa Senhoria não me entendeu, por lá somente, e igualmente, feito o hebreu, não mais que de 3 dias preciso eu!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 22/02/2015
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