PROCURANDO OURO
Seu joão pitava seu cigarro, de palha, enquanto me contava estas.
--Sabe fia era uma vez, de quando ainda havia, mulas sem cabeça, lobisomem, fadas... Então nesta época, me apareceu, um fantasma, que queria me fazer rico. Ele tinha enterrado um pote de ouro em algum lugar de um velho sitio. No começo, senti medo, claro. Depois fomos ficando amigos. Me propus a ajuda lo. Eu tinha tudo oque era preciso. Uma pá, uma enxada, e um cachorro velho. Então fomos. Eu o cachorro, o fantasma e as ferramentas. Mais a moringa de agua, a farofa de frango, a garrafa com café, pão com mortadela e umas frutas. Pegamos a carroça, comandada, pelo Sultão, e o Ditoso. Meus cavalos de confiança. Sim nestas horas, todo o cuidado é pouco. Chegamos no sitio abandonado ja era noitinha. A coruja, piava.
Barulhos estranhos na mata. Tipo alguem suspirando, suas mágoas. Comecei a cavar, no local, mostrado pelo fantasma, meu amigo. Cavei a noite toda. A medida, que eu chegava, perto do pote, os barulhos, aumentavam. As corujas, piavam mais forte. Não me intimidei. Eu ia me tornar, num milionário. Achei algo então. Era sim um pote. Mas não continha ouro algum. Dentro havia uma pedra azul, pequena e brilhante. O fantasma me abraçou, e disse, que eu o libertei. Mas e o ouro? Perguntei a ele, que nestas, alturas, ja estava, se mandando. A pedra tem poderes. Me gritou ele, antes de sumir, na mata. voltei para casa, todo contente. Guardei meu segredo embaixo, do colchão, de palha. Passado, alguns dias, eu resolvi, ver a pedra, encantada. Então comecei. Pedra, pedrinha, me faça milionário. Nada. Um pensei. Talvez, eu deva pedir de outra maneira. Pedra, pedrinha, me traga uma linda mulher. Não é que apareceu? Não tão linda, mas fui ficando com ela. Que mais, tarde, me explicou, que tinha ido, até minha casa, para pedir emprego. Mas já que eu gostei tanto dela assim, que então era sim. Nos casamos e foi que conheci, os seus sete filhos, pequenos, que precisavam de um pai.
E foi ai que descobri que quando a oferta, é muito grande, o santo deve desconfiar.