Indefeso em defeso?
Era o defeso. A margem do rio estava coalhada de guardas florestais, muito mais abundantes do que peixes nadantes. E com a indiferença que lhe era peculiar, o Nelson Pereira estava lá a pescar. Foi pego, com o balaio já carregadim de matrizes, e patrizes.
Não houve conversa ou negociação. Pescador e pesca, foram pro camburão, que rumou do rio à delegacia na cidade, distância duns dez quilômetros.
Nelson manteve-se calado e cabisbaixo. Até o meio do caminho, onde estava o povoado em que morava. Aí, soltou essa, choramingando:
Povo mardoso, esses guarda, num tem dó nem de morfético...
Mal ouvida sua última palavra, a viatura foi freada bruscamente, com a ordem de que ele se retirasse imediatamente e levasse consigo tudo o que era seu, balaio e peixes. Imediatamente.
E os guardas, antes de partirem, naquela aflição para encontrarem álcool, querosene e criolina ainda tiveram que ouvir:
- Os sinhô discurpa quarqué coisa...