Que mudança!
Vi a chuva salpicar na janela
E ao longe o som da trovoada
E lembrei de uma antiga namorada
Que vivia rezando na capela
Era uma mocinha magricela
Bem loirinha risonha e prateada
De uma voz semelhante a alvorada
Muito pura, e recatada e bela.
Mas o tempo fez a metamorfose
E aos poucos foi aumentando a dose
Transformando a jovem imaculada
Era santa agora é sacripanta
É roliça e de gordura tanta
Tanto quanto também é desbocada.
Russas, 14 de janeiro de 2015