FESTAS DE FIM DE ANO

Eu respeito quem curte passar o fim de ano nas praias, só que tenho amargas lembranças, tanto que prefiro ficar na minha casa mesmo. Algumas experiências por que passei são cômicas mesmo. Tudo porque meu pai cismou que tínhamos que passar a entrada de ano à beira-mar porque dava sorte; não sei se deu; só sei que foi um inbroglio atrás do outro: em um ano não havia passagens- a rodoviária já era o caos de hoje, ali no Glicério; no outro ano, quando chegamos lá, choveram três dias seguidos,e passamos a entrada dentro da barraca; no seguinte, deu um vento Noroeste, que levantou um poeira danada, cof-cof! - e dissemos Feliz Ano Novo, segurando e escorando a barraca para não cair (lembrando dessa mania dos anos 70 de acampar, aquele monte de gente na praia , sem banheiro e chuveiro).

Até então carregávamos a barraca pelas ruas de Peruíbe, mas aí tudo mudou: compramos nosso automóvel; sim , tudo mudou: o Fusca cismava de parar de funcionar no meio da estrada e saía aquela fumaceira do motor-cof,cof de novo!E na, hora de voltar, rezar para o motor pegar, e, subir a serra a dez por hora, parando umas dez vezes para o motor esfriar.Ou então ficar naquele para e anda do congestionamento. Mas então, tchan,tchan, tchan! resolvemos alugar a casa de praia e, o pessoal deve lembrar, a família toda; uns vinte em cada Fusca,popopopo! a dez por hora e , à noite, tchan! O ataque das baratas,kkkkk! Ou então , na queima de fogos, alguém resolve jogar um dentro da Combi do seu lado e quase o acerta.

Analisando tudo que foi dito, chego à conclusão de que o brasileiro é um povo incrível e, que consegue ser feliz com todas essas adversidades, como relata uma pesquisa atual. Mas, não sou pessimista; admiro toda essa disposição para se divertir da minha casa e, espero as comemorações passarem no sossego que São Paulo fica nesses dias.