PARA O REVEILLON: ESQUEÇAM OS BRIOCHES!

Tempos festivos pra lá de interessantes...

Vamos comemorar!

Final de ano e o planeta dos tantos "mundos" está em festa, tanto os mundos de lá quanto os mundos de cá.

Quanto a um certo mundinho de cá a festa é surreal!

Claro que eu também quero participar da festa, afinal, ninguém aqui é insensivelmente "de ferro".

Ano difícil, perdemos a melhor e tão sonhada Copa das Copas, perdemos credibilidade interna e externa, perdemos na economia e nas finanças, perdemos na sociedade, perdemos na corrupção, perdemos na cidadania, perdemos nas prioridades, perdemos nas bolsas, enfim, perdemos muito. E perdemos todos.

Mas também ganhamos!

Ganhamos tanto, tão imensuravelmente calculado, que em vésperas de reveillon, a despeito de não haver erário suficiente para o TUDO que nos é prioridade , inclusive novembro terminou seu saldo econômico no vermelho mais negativamente vermelhíssimo da história brasileira comtemporânea, claro, mesmo assim temos festa sobrando para todo lado. E dinheiro para elas é o que não nos falta.

"faremos festas com economia" ouvi de alguém..." a cahês bem baixos". Ah, bom.

Seria alguma brincadeira festiva?

Bem, somos um povo festeiro e todo governante, sabendo disso pelos pormenores, não quer nos decepcionar.

Basta uma festinha e esquecemos das nossas mazelas crônicas as que nem doem mais.

Como povo e em nome do povo, já agradeço pela consideração festeira.

Tudo fechado para balanço negativo.

Sampa, a exemplo, está em plena costumeira paradeira, só que agora é de fim de ano, mais que justificada paradeira festiva, embora congestionada em decorrência da chuva que nos afogou e nos paralisou pela enésima vez em 2014 (isso sem fazer paradas retrospectivas mais extensas!): inúmeras árvores, a maioria delas comprometidas pelo descaso, tombaram em váaaaaaarios pontos da cidade. Nada de novo justo bem próximo ao ano novo.

A culpa é sempre da chuva que insistentemente só chove aonde não deve...desobedecendo as ordens dos gestores urbanos eficazes para inventar água.

Nem o parque Ibirapuera, um local acostumado a receber os paulistanos e o mundo nas vésperas de fim de ano para uma "corridinha de treino para a São Silvestre" escapou da paradeira.

Parou...mas parou por quê? Paulistanos nem precisaríamos treinar se temos que correr de tudo...o ano inteiro. Já estamos super condicionados na correria...

Dizem que fecharam o parque porque resolveram parar para inspecionarem as poucas árvores que ainda restaram em pé depois do temporal dessa madrugada.

Achei comovente: Todos pensando nas árvores e no povo!

Brioches! Brioches! Quantos brioches indigestos!

Mas só uma perguntinha fora de hora por parte dum povo ávido por brioches: E seria só o parque Ibirapuera que tem suas árvores em estado de degeneração?

Ârã! Antes fosse!

Os parques da cidade fazem dó! É bom nem parar para olhar...

E também não são só os parques.

Ainda bem que temos o reveillon da avenida Paulista para desafogar as mágoas da falta de brioches de 2014!

Ops, REVEILLON NA AVENIDA PAULISTA? -é bom nem se aprofundar nessa questão...

É tempo de festa minha gente, todos em festa sem pensar, o resto não tem pressa porque nunca interessa!

Mesmo porque, sinceramente, por aqui nem restou restos...

O povo quer é brioches! Qualquer um tá bom!

O resto fica para o depois se houver depois.

Mas como o trigo encareceu esqueçam os brioches, e vamos ao circo sem brioches!

Escolham o modelito branco e vamos para o reveillon!

Ops, mas o povo, sem brioche mas todo na paz, vamos à Paulista do quê?

Escolhamos uma opção:

De ônibus depredado?

De moto, equilibrados... nos buracos?

De táxi impagável?

De ciclovia reciclável?

De Metrô super lotado?

De trem paralisado? (óia os trem!)

De helicóptero avoado?

De patinete engripado? Ou...

A pé para para ser assaltado?

Já sei:Vamos por decreto!

-Ao reveillon sem brioches

vá o povo de Rolls Royce!

Afinal quem gosta de pobreza é intelectual.

Povo mesmo gosta é de luxo (Joãozinho Trinta)

E como bate palmas...pelos não feitos e desfeitos.

Mais que isso: digo que povo gosta mesmo é de pagar o luxo, mesmo que não seja o dele...

Feliz ano velho, gente boa!

E Viva o velho novo "museu das grandes novidades!" (Cazuza)

Para terminar minha efusiva comemoração, só relembrando o que li outro dia, sei lá onde:

"nunca substime o fundo do poço". Achei interessante e fiquei pensativa.

Interpretação textual da frase acima: a melhor que convier a cada coração profundamente e cada vez mais"empoçado".

Eu disse "empoçado" que é para não gerar posse de polêmicas frente a minha crônica super festiva de Ano Novo otimista..

Afinal, cada um de nós que sinta o que puder como melhor convier...

Eu senti que é porque sempre podemos empoçar um pouquinho mais.

Mesmo assim, aplaudamos!

Inclusive aplaudamos a nós mesmos: todo destino é bobagem, mas consciência é a legítima dona de todos os caminhos.