MAGNÓLIA, O PRIMEIRO TRAVESTI ASSUMIDO EM ARACAJU
O primeiro travesti assumido em Aracaju, “Magnólia” ainda é vivo e no Mercado Municipal de Aracaju vende cueca, calção, meia, tanga e short para o público masculino.
-Vendo cueca, ceroula, meia, tanga e short para o público masculino que tem bom gosto. Grita o travesti que, em seus dias de glórias arrebentava corações dos homens.
Conhecido em Sergipe por suas travessuras sexuais, Magnólia vive circulando pelas lojas, bancas e bares do mercado vendendo suas mercadorias.
-Magnólia qual o preço da calcinha? Grita um zombeteiro.
-Eu não vendo calcinha.
-E a que você veste? Insiste o moleque.
-Custa caro e não é para o seu bico. Responde o travesti
-Tem Tanga? Grita outro com cara de gozador.
-Tem.
-E como faço para experimentar? Continua o zombeteiro.
-É fácil. Vamos ali até o banheiro.
-Nem morto. Diz o moleque saindo logo de fininho.
-Posso Pechinchar? Brinca mais um loroteiro.
Pode meu filho. Responde Magnólia.
-E fiado?
-Só a homem, com direito a uma visitinha no meu “apê”.
Quando o camarada é enjoado, o travesti também suas estratégias.
-Tem cueca?
-Tenho de cor rosinha e enfeitada de bolinhas.
Apesar das brincadeiras dos moleques do Mercado Municipal de Aracaju, Magnólia vai vendendo bastante suas mercadorias e vivendo sua vida de maneira honesta.
Dias atrás, encontrei a figura folclórica de Magnólia no Mercado e depois de um bom papo indaguei.
-Como era sua vida?
E “ela” risonhamente chacoalhou.
-Era Dura. Dei a muitos homens, mas também comi muitos homens que não saiam do guarda roupa.