MAGNÓLIA, O PRIMEIRO TRAVESTI ASSUMIDO EM ARACAJU

O primeiro travesti assumido em Aracaju, “Magnólia” ainda é vivo e no Mercado Municipal de Aracaju vende cueca, calção, meia, tanga e short para o público masculino.

-Vendo cueca, ceroula, meia, tanga e short para o público masculino que tem bom gosto. Grita o travesti que, em seus dias de glórias arrebentava corações dos homens.

Conhecido em Sergipe por suas travessuras sexuais, Magnólia vive circulando pelas lojas, bancas e bares do mercado vendendo suas mercadorias.

-Magnólia qual o preço da calcinha? Grita um zombeteiro.

-Eu não vendo calcinha.

-E a que você veste? Insiste o moleque.

-Custa caro e não é para o seu bico. Responde o travesti

-Tem Tanga? Grita outro com cara de gozador.

-Tem.

-E como faço para experimentar? Continua o zombeteiro.

-É fácil. Vamos ali até o banheiro.

-Nem morto. Diz o moleque saindo logo de fininho.

-Posso Pechinchar? Brinca mais um loroteiro.

Pode meu filho. Responde Magnólia.

-E fiado?

-Só a homem, com direito a uma visitinha no meu “apê”.

Quando o camarada é enjoado, o travesti também suas estratégias.

-Tem cueca?

-Tenho de cor rosinha e enfeitada de bolinhas.

Apesar das brincadeiras dos moleques do Mercado Municipal de Aracaju, Magnólia vai vendendo bastante suas mercadorias e vivendo sua vida de maneira honesta.

Dias atrás, encontrei a figura folclórica de Magnólia no Mercado e depois de um bom papo indaguei.

-Como era sua vida?

E “ela” risonhamente chacoalhou.

-Era Dura. Dei a muitos homens, mas também comi muitos homens que não saiam do guarda roupa.

Reri Barretto
Enviado por Reri Barretto em 22/11/2014
Reeditado em 22/11/2014
Código do texto: T5044571
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