SEPARAÇÃO.
Célio Guimarães
Célio Guimarães
Era realmente um piolho diferente. Determinado. Ele não gostava de sangue. Tinha paixão por caspa. Passava horas e horas nos bares e barbearias à procura da cabeça ideal. Após insistentes buscas encontra a cabeleira dos seus sonhos. Sob ela um jovem sob medida. O piolho fixou residência.
Os dias transcorriam em alegre harmonia. O piolho só caspava. Não incomodava o jovem, que por sua vez, retribuía a gentileza jamais levando à cabeça a mão que tanto incomoda piolho.
Tragédia. O jovem passa no vestibular. Passam-lhe a navalha. Com os cabelos que foram ao solo, também o pobre piolho. Angustiado com a nova situação, piolho, desnorteadamente passa a procurar caspas em cabeça de coco.
Os dias transcorriam em alegre harmonia. O piolho só caspava. Não incomodava o jovem, que por sua vez, retribuía a gentileza jamais levando à cabeça a mão que tanto incomoda piolho.
Tragédia. O jovem passa no vestibular. Passam-lhe a navalha. Com os cabelos que foram ao solo, também o pobre piolho. Angustiado com a nova situação, piolho, desnorteadamente passa a procurar caspas em cabeça de coco.
AMORAL: Nem sempre o que vai pela cabeça dos outros é piolho – é navalha também.
IMORAL: Não se deve construir morada em terreno alheio.
MORAL: Só oferece sombra o que recebe sol.