HONORIS CAUSA À BOLSA FAMÍLIA

HONORIS CAUSA À BOLSA FAMÍLIA

Vou logo avisando: vou narrar na primeira pessoa para não haver dúvidas da veracidade dos fatos, apesar de me expor ao ridículo. Covenhamos que ridicularizado já nasci e hei de morrer; caso na vá de corpo e alma para o purgatório (o céu não me quer, por desavenças passadas) local de aprimoramento do desconhecimento, tendo os amigos como honoris causa e parceiros no tocante a mentir e/ou dizer a verdade, o que dá no mesmo.

Minha esposa, nascida e batizada Perpéstuma Praxedes; depois de aliciada e aliançada passou a ser chamada Perpéstuma Nolasco, para desagrado seu e conceito meu. É e sempre foi uma gastadeira desenfreada (nada a ver com cleptomania?). Começava sempre às nove horas da matina, sem hora para encerrar o expediente. Dos cinco cartões de crédito e três talões de cheques ela carrega, como carregava antes, sempre consigo, todos. Sai como sempre saiu: bronzeada (chocolate paraguaio), maquiada (Deus me livre... para não dizer borrada), empertigada; e comigo casada. Não posso esquecer de salientar que ela foi guerrilheira em tempos idos.

Sou Normalysson Nolasco, ao seu dispor e dela dissabor. Também bronzeado (piche suavizado), maquiado (Deus me acuda! Lambuzado). Dono de direito e de fato dos cartões e talões supracitados.

É bom que se frise que ela detesta seu nome e sobrenome, mas ainda assim põe pompa no que representa o dinheiro advindo desde nome. E parece que nunca se arrepende do que faz; só espero que quando a grana acabar... do que ela sobreviverá? Só o tempo dirá.

Eu e nem ela nunca fomos religiosos (como todo mundo oramos pedidos a Deus, das coisas não conseguidas pelo dinheiro e/ou privilégios deste e de outros meios escusos ou não; dados ou não pelo governo). É sabido que de pessoas cheias de boas intenções o inferno está cheio; pois ela é candidata a mais uma vaga... a minha está assegurada, salvo remissão de pecados não computados.

De onde só se tira e não põe é como buraco, cada dia mais fundo... a riqueza acabou. Perpéstuma gastava o que tinha e o que não tinha. Viajava, comprava... Viajava, comprava... Viajava, comprava... Até que um dia a casa caiu e a empresa faliu.

Perpéstuma chorou, esperneou, gritou, se calou, chorou novamente, emagreceu alguns quilos, teve crise de depressão... pensou que era gaivota, pulou do telhado; dos 208 ossos do corpo ela quebrou 200; imaginou que era deputada em Brasília e tentou dar calote com os cartões de crédito e cheques sem fundo; e como os políticos, não foi presa, apenas ameaçada de CPI, que terminou em pizza. Rezou para Santo Expedito, o santo das causas perdidas, tentando com isto ter saldo nos cartões de crédito, mas qual o quê... nada. Foi um Deus nos acuda! Tentou com um pai de santo, fez macumba em encruzilhadas, com galinha preta (inclusive estas ao se virem soltas no local, evadiram) e bode preto (já este se deu mal, comeu da farofa que estava envenenada). E ultimamente tem consultado um psiquiatra, o qual (ele coitado) a cada dia fica mais esquizofrênico.

Eu, ao contrário, engordei muitos quilos, naquela tranquilidade de não ter que cobrir cheques e nem pagar fatura de cartão de crédito. Na realidade engordei por que passei a visitar a geladeira da minha sogra, à noite. E degustar as guloseimas que ela fazia para meu cunhado caçula (que não vem a causo aqui).

Perpéstuma tentou ser amante de um dentista, não deu certo por que ela pediu dinheiro antes de dar... já eu, aumentei minha autoestima, mandei a safada para o PQP, virei traficante aposentado, vivendo só de rendas, crochê e bordados (afinal sou bom nisso).

E com a reeleição da Dilma tenho tudo planejado (na ponta do lápis) para entrar no rol da fama da bolsa família.

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 30/10/2014
Código do texto: T5016818
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