TUDO

Tudo é um título, sem dúvida, ambicioso. Dá a impressão de fartura. Aqui tem tudo. Tudo tem tudo, mas é uma pretensão absurda, porque, por mais que se procure ser abrangente, nunca se consegue abordar tudo. Em se tratando de tudo, o que não falta é assunto, mas, por isso mesmo, sempre fica faltando alguma coisa. Mais próprio seria usar o título "Quase tudo", ou, quem sabe, "Nem tudo". Assim, estaríamos sendo mais verdadeiros para com o leitor.
Ele estaria preparado para, ao final da leitura, concluir que encontrou quase nada e, ainda por cima, tratado muito superficialmente.
Assim, acabo desistindo de TUDO, ainda mais com essa minha mania agora de escrever pequenos textos, como é que TUDO poderia caber em, no máximo, umas duas páginas, por maior que fosse o poder de concisão?

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NADA

Um contra-senso.... escrever sobre o nada. Sobre o nada.... nada! Apenas isso. Mas nada também pode ser entendido como a terceira pessoa do singular do verbo nadar. Aí, sim. Ele nada. Damos uma ajeitada e podemos falar sobre o nado. Mas nada, nada mesmo, é algo mais ou menos assim:

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O nada é similar a ausência. Quem está mais ausente dentre os que não vieram?
Ausência é ausência. No espaço em branco acima delimitado por um ponto no centro o nada foi abordado de uma forma representativa. Mas foi só uma amostra porque o nada, para ser real, não deve apresentar limites.
O nada, sendo o contrário de tudo, está a ele associado e como tudo nunca pode ser dito, abordado - fica sempre faltando algo - o nada segue a mesma cartilha. Assim como o tudo, o nada é inexpressável. O tudo, por falta, o nada por presença.
Karpot
Enviado por Karpot em 29/09/2014
Reeditado em 10/10/2016
Código do texto: T4980645
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