AGORA COPIEI O BURRO DO CARVOEIRO

Nesta semana eu e meu amigo Sr. Arthur (respeito é assim, mesmo sendo amigo, aplico-lhe o pronome de tratamento Senhor pela sua maior maturidade), saímos com meu carro, normalmente saímos com o dele para fazer compras, mas desta vez era meu carro que precisava de uns reparos elétricos e aproveitei para fazer uns orçamentos em mecânicos conhecidos dele. Quando voltávamos entrei numa rua e ele me pergunta:

- Você vai fazer alguma compra no Extra?

- Sr. Arthur, agora copiei o burro do carvoeiro, estamos tão acostumados a aproveitar dar uma chegada ao Extra ou na Leroy Merlin, que nem notei que aqui não é uma via pública, vamos embora que tenho pressa.

Percebi que ele não entendeu o que falei, então lhe expliquei.

- Quando criança, no bairro que morava havia uma carvoaria. O carvoeiro na parte da manhã ensacava o carvão em sacos de aniagem em tamanhos pequeno, médio e grande e à tarde saía para vendê-los por todo o bairro. Saía com uma carroça puxada por um burro preto (não sei se era cor natural ou pintada pelo pó do carvão). Seu chamado era característico e inconfundível... CARVVVOEEEIIIRO! CARVVVOEEEIIIRO! CARVVVOEEEIIIRO!

Tinha seus pontos próprios de parada, onde afluíam várias donas de casa. Fogão a gás naquela época era só para pessoas com maiores rendas. Cozinhava-se com brasa de carvão. Dizem que a comida ficava mais gostosa, mas acho que isso é pura lenda.

Terminada a venda, na sua volta à carvoaria, parava num boteco e tomava umas e muitas outras até ficar “borracho” a ponto de ter que ser ajudado a subir na carroça e lá ficava deitado. O burro, personagem principal deste “causo”, mas que é verdadeiramente um caso, levava uma pancada na anca de quem ajudara o carvoeiro e seguia direto para a carvoaria. Conhecia muito bem o caminho. O carvoeiro ficava na carroça até voltar a si e já emendava com seu sono. Aos domingos quando ele aparecia no campo de futebol, era irreconhecível, pois tomava banho só de sábado. Então nesse dia eu lembrei que COPIEI O BURRO DO CARVOEIRO.

SANTO BRONZATO em 23/08/2.014

SANTO BRONZATO
Enviado por SANTO BRONZATO em 23/08/2014
Reeditado em 04/09/2014
Código do texto: T4934099
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