ANORMAIS

EDUCADO PARA SER LADRÃO

Entrou na lotérica e educadamente pediu para as pessoas ali presentes se deitarem no chão.

-Isso é um assalto! Por favor, senhores e senhoras, deitem-se devagar no chão, mas procurem manter-se calmos enquanto eu assalto cada um de vocês - disse o ladrão apontando a arma para as vítimas.

Começou a revistar as pessoas, mas sempre sendo muito cordial.

-Com licença minha senhora, dei-me sua carteira.

-Sim, aqui... está - falou a velha que tremia enquanto retirava a carteira da bolsa -, mas por favor, não me machuque!

-Não senhora, eu seria incapaz.

Então prosseguiu para a próxima vítima, esta estava de óculos escuros e continha muito dinheiro no bolso.

-Senhor, passe os óculos por favor.

-Aqui está - entregou os óculos ao ladrão.

-E o dinheiro também, senhor.

-Tome, isto é tudo o que tenho, quinhentos reais.

-Não meu senhor, vejo mais duas notas de cem aí no seu bolso.

-A...Ah! Eu nem tinha notado! - disfarçou.

-Obrigado.

Depois de assaltar todos, o ladrão foi se retirando, mas sem perder a cortesia.

-Agora todos podem se por de pé, por favor, e voltem a fazer o que faziam, como se nada tivesse acontecido. Lembrem-se: Vocês nunca me viram aqui e nada disso aconteceu. Obrigado e tenham um bom dia.

POLICIAL DE LÍNGUA FORMAL

Assim que se retirou, imediatamente chamaram a polícia. O ladrão foi pego cercado pelas viaturas, ainda na esquina, e o policial foi levando-o para dentro da viatura. Ouviu-se uma conversa bem formal da parte do policial, mais ou menos assim:

-Tu estás preso, seu infausto, Indolente! Estenda as mãos, pois ponharei em vós as algemas.

-Sim senhor.

Chegaram na delegacia e o policial apresentou o caso ao delegado.

-Delegado, este indivíduo errático foi de encontro a uma lotérica e assaltou pessoas de mera inocência e obrigou-as a entregar-lhe seus bens e recompensas de dias e dias de trabalho estafante. O que farás tu em relação a isto?

-Dez anos de cadeia! - exclamou o delegado.

-De acordo com tua genuína decisão! Posso direcioná-lo à cela?

-Está autorizado.

-Assim sendo...

POLÍTICO HONESTO

Depois de acompanhar tantas atrocidades ocorrendo na sociedade, o político se enfureceu com aquilo. Enquanto reunidos, candidatos e parceiros e também o político, discutiam as ideias.

-Vejam, temos 99% de chance de ganhar essa eleição - afirmou o deputado -, não vejo a hora de comprar meu carro importado!

-Como disse? - ressaltou o governador - pois saiba que todo o dinheiro será investido na sociedade!

-Mas este povo, do jeito que é ingênuo, nem vai se importar!

-Como não? E tem mais, ainda precisamos de muitos votos.

-Mais isto é fácil! Vendemos um voto aqui, outro ali... fazemos uns favorezinhos e pronto!

-O quê? Eu lá sou homem de vender votos? E tem mais, as crianças precisam de educação, os doentes de saúde e remédios, os jovens de trabalho...

-A gente enrola eles com uma conversa fiada de que 'vamo' melhorar isso e aquilo e tudo mais, e todo mundo vai nos aplaudir!

-E enganar essas pobres pessoas? Jamais! Aliás, você pode me emprestar dinheiro para o táxi?

-Claro, aqui está.

-Obrigado... Espere!

-O quê?

-Seu troco. Sou honesto, homem!

-Raios!

ENSINANDO PARA ME ENSINAREM

Depois da entediante eleição, a volta às aulas. Entra na sala o novo professor do ensino fundamental. Foi ali para dar aulas às crianças, mas parecia que as crianças era quem lhe davam as respostas.

-Professor, o que é raiz quadrada?

-Raiz quadrada, Rodolfo? Você não sabe?

-Não.

-E agora vou ter que explicar tudo outra vez? Uma raiz quadrada é... alguém aqui sabe o que é uma raiz quadrada?

-Raiz quadrada é um número x multiplicado por ele mesmo - respondeu Antônio.

-Estão vendo? Isso é raiz quadrada! - exclamou o professor.

-Professor, quem descobriu a América?

-Maria, eu já disse, quem descobriu a América foi... Vocês ouviram o sinal tocar? - ele disfarçou.

-Não professor.

-Eu devo ter ouvido coisas.

-Sim.

-Eu sempre penso que o sinal tocou - soltou uma risada.

-Então professor? Quem foi mesmo que descobriu a América?

Por sorte o sinal tocou e as crianças correram alvoroçadas para o pátio. O professor respirou aliviado e Joãozinho soprou no seu ouvido:

-Cristovão Colombo.

-Ah tá! Então eu sou a Madona!

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 22/08/2014
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