PININHA VAI A FEIRA

Demorou, hein Pina...

Deixa eu recuperar o fôlego, Gegê.

Ai! Pina... Onde você perdeu o fôlego? Foi apenas na feira. E nem comprou muita coisa.

É, mas, fui na hora da xepa.

Qual a dificuldade?

Muita gente.

Os preços são melhores. Dá para comprar mais.

E jogar mais fora.

Recuperou o fôlego?

Quase... Foi muito de lá pra cá, de cá pra lá.

Ué! Por quê?

A senhora não quer que eu economize?

Sempre é bom.

Então! Eu via o preço do tomate do lado de cá. Tinha que ir até o lado de lá para comparar o preço. Depois eu via o preço da laranja do lado de lá. Tinha que vir para o lado de cá. Aí, em lembrava da alface. Toca ir para lá ver se está mais barato. É muito cansativo.

Ai! Pina... Você não levou a lista?

Levei...

E por que a dificuldade? Era só marcar os preços de um lado, comparar com o outro lado e comprar. Uma volta só na feira.

Esqueci a caneta. E os preços mudavam enquanto eu ia de um lado para o outro.

Ai... ai... ai... ai... ai...

E uma coisa que não entendo. Por que não colocam as barracas do pastel perto uma da outra? Os preços são iguais. Eu conferi.

Você atravessou a feira para ver preço de pastel?

Atravessei?

E onde estão os pasteis?

Comi.

Não trouxe um para mim?

Não! A senhora sempre diz que está evitando gordura. Mas eu trouxe jiló.

Quase igual. Estou intrigada. Você perdeu mesmo o fôlego só de fazer compras na feira? Você faz isso todas as sextas-feiras e nunca teve problema. Acho que você está faltando com a verdade.

Está bem, Gegê... Vou dizer a verdade. Eu fiz as compras rapidinho. Numa ida e volta só. É que hoje tinha um feirante novo na barraca da melancia. Eu fiquei atraída. Muito simpático. Falava que moça bonita não pagava. Ia e voltava só para passar perto dele.

Assim, sim... As paixões são assim mesmo. Conseguiu atrair a atenção dele?

Acho que não... E olhe que fui até a barraca várias vezes.

Que pena! Vamos almoçar?

Mas, eu ainda não preparei...

Surpresa... Eu fiz o almoço... Quer experimentar?

Acho que não!

Por quê?

Estou empanturrada.

Foi o pastel?

Não, Gegê. Comi quase uma melancia.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 19/06/2014
Reeditado em 19/06/2014
Código do texto: T4850782
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