PISANDO NA M...
O leitor me desculpe pelo título, mas é que, tem dias, que precisamos ser literais com a sorte, ainda que o tema seja de humor.
Então, ontem choveu demais na cidade de Sampa, que bom, comemoramos todos e os parques da cidade encharcaram seus verdes.
Hoje, pronta para um ensaio fotográfico da natureza ouvi assim:"não coloque o tênis novo porque ele vai se embarrear".
Bom, conselho sábio, mas quando não se tem mais vinte anos, queremos mesmo é ergonomia nos pés...e que se dane os barros...
E lá fui eu fotografar a natureza barrenta. Barro é vida, é o que os fotógrafos sentem.
Num determinado momento, na melhor da foto, escorreguei naquele exato instante em que ao perder meus óculos segundos depois eu os encontrei inválidos para o enxergar de todo o sempre.
Ao mesmo tempo emq ue comemorava o encontro das lentes riscadas pela mata, pisei num barro diferente, uma musse amolecida pela chuva, daqueles barros biológicos que todos nós temos um certo contato inadiável todos os dias.
Examinei a sola do tênis e dei graças por ser só um deles que afundou num dejeto...sei lá de quem! Algo caprichado, pra não diagnosticar diarreico.
Foi a chuva claro, que hidratou todas as m. do caminho.
Não pedimos por água? Então...
Com cuidado fiz aquilo que todos nós fazemos quando pisamos na m...
arranjei um graveto e aos pouquinhos me livrei artesanalmente daquela coisa mole, mas grudenta...
Deu um trabalhão...mas era um pé só que tivera aquele infortúnio melequento, que sorte... e mais uma vez me consolei por não ter aquele trabalho em dobro, certo?
Certo, continuei nas fotos porque" perco o tênis, escorrego na m... mas não perco a paisagem!"
Na saída do parque vi uma grama linda viçosa, verdinha e bem limpinha, como tudo que fica resplandecente depois duma boa chuva, assim, tive a brilhante ideia : aproveitei para consolidar a limpeza daquele pé de tênis desvalido e de sobra pensei em limpar a sujeira limpa da mata grudada no outro pé salvo da m.-o pé sortudo.
O quê?
De repente senti algo deslizante no pé limpo,tristeza...será? Seria?
No que olhei para o solado do que até então era um pé de sorte percebi que pisara na m...outra vez!
Gente, o que é que há? Era preferivel os pés só embarreados.
Será que o mundo literalmente derreteu em m.? Ou achuva hidratou a m. do mundo?
Estou sendo deselegante? É que estou desolada...
Bem, só quem entende de certas desventuras aventureiras é que poderá me perdoar pelo meu escrito literal.
Saí do parque atolada na m...e sem óculos.
Mas não perdi o registro do paraíso...
Chegando em casa, disfarçadamente entrei descalça para que ninguém cheirasse o tipo de barro que inundou meu tênis ávido pela m. Atlântica.
Sim, esclareço: aqui m. também de "mata".