UM BOBO DE UM EGOÍSTA

Havia num imenso palácio, um rei que não suportava sorrir. Seu nome era Brutos e era o rei mais mal humorado de todo o mundo. E se tinha algo que ele odiava mais do que sorrir era o dia do seu aniversário, porque as pessoas riam e se divertiam para ele.

E eis que esse dia chegou e Brutos ganhou de presente de seu sobrinho, Amadeu, uma grande caixa. Mas ele não fazia ideia do que pudesse ser e vinha junto um bilhete, que dizia: "para te fazer sorrir, de seu querido sobrinho Amadeu". Quando abriu a caixa viu, um homem de estatura baixa com um sorriso vasto no rosto e o rei perguntou-lhe:

-Quem és tu?

-Eu sou o seu bobo da corte e venho para te fazer rir! Rir muito! Até que sinta dor na barriga e caia no chão e me implore para parar! Ha ha ha ha ha!

O rei sentou em seu trono e perguntou ao bobo:

-O que você faz?

-Eu conto piadas! Bem engraçadas!

-Duvido.

Desanimou o rei. E o bobo começou então a contar:

-Piu! Uma piada, piu piu! Duas piadas, piu piu piu! três piadas! Ha ha ha! Eu disse que sabia contar piadas!

O bobo ria e ria e ria sem parar, mas o rei estava tão sério que quase cochilou. O bobo perdeu a graça e disse:

-Eu também sei fazer imitações!

-Duvido.

-Duvido!

-Então comece logo!

-Então comece logo!

-Cale essa boca!

-Cale essa boca!

-Está me gozando?

-Está me gozando?

-Pare de me imitar!

-Viu? Eu sei fazer boas imitações! Ha ha ha ha ha!

-Isso é tudo?

-Bom, faço umas caretas bem engraçadas!

Começou a contorcer a cara e fazer caretas, mas o rei não achava um mínimo de graça e continuava sério. Mas o bobo não desistiu.

-Toc toc!

-Quem é?

-Repete.

-Repete quem?

-Quem, quem, quem. Ha ha ha ha ha ha ha!

-Sem graça.

-Toc toc!

-Quem é?

-Mel D.

-Mel D quem?

-Do senhor urso! Ha ha ha ha!

-Continuo não gostando.

-Toc toc!

-Quem é?

-Silêncio.

-Silêncio quem?

-Você. Ha ha ha ha!

-Grff!

-Toc toc!

-Quem é?

-Eu.

-Eu quem?

-Eu que não sei! Ha ha ha ha ha!

-Chega!

-Não achou graça?

-Não.

O bobo foi-se embora. Dia seguinte ele voltou ao palácio, mas vinha cabisbaixo, não parecia nada feliz. Bateu no portão: toc toc! E o rei perguntou:

-Quem é?

-É um bando de miseráveis sem teto.

-Miseráveis sem teto quem?

-Minha família e eu.

E o rei começou a rir feito um louco até doer-lhe a barriga.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 29/05/2014
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