O CONDENADO, O PADRE RENITENTE E O CARRASCO
O CONDENADO, O PADRE RENITENTE E O CARRASCO
O criminoso assassino e estuprador, aguardava em sua cela no corredor da morte o dia de sua execução. Fora condenado à morte por eletrocução. Seu advogado solicitara ao governador a comutação de sua pena para prisão perpétua. Era um criminoso frio, em momento algum demonstrava arrependimento ou medo da morte. Finalmente chegou o dia. O governador não se manifestou. Ofereceram ao condenado a última refeição, ele pediu algo relativamente simples: Arroz, filé e fritas, comendo tranquilamente como se não fosse a última. Logo após, pouco antes da execução, chegou um padre para ministrar-lhe os últimos sacramentos. Ele recusou. O padre insistiu:
-Meu filho, estou aqui para ouvir sua confissão e seu arrependimento.
-Quem falou em arrependimento, padre, não me arrependi de nada, faria tudo de novo...
-Não diga isso meu filho, arrependa-se e talvez Deus lhe perdoe.
-Ora Padre me deixe em paz.
-Meu filho, arrependa-se logo você estará prestando contas a Deus...
-Ora Padre, se o seu Deus existe, logo, logo estarei na frente dele, não preciso de intermediário.
Dois guardas entraram na cela e algemaram suas mãos e os pés.
-Vamos, ta na hora, disse um deles.
O criminoso foi andando lentamente pelo longo e sombrio corredor. O padre ia atrás lendo seu breviário.
Ao entrar na câmara de execução, mandaram-no sentar na cadeira, estando ele já com a cabeça previamente raspada. O padre insistia em assisti-lo, era ponto de honra para ele converter o condenado em seus últimos instantes. Os guardas há haviam colocado os eletrodos e as esponjas umedecidas em solução condutora de eletricidade nos lugares estratégicos do corpo do condenado.
O padre ainda insistiu mais uma vez:
-Meu filho, arrependa-se.
-Ah, padre vai se f...
-Meu filho, então não posso fazer mais nada por você?
-Pensando bem, pode padre, me faça um pequeno favor.
-Sim meu filho, o que?
-Segure minha mão, quando o carrasco for ligar a chave...
* * *