O DEDO DO REI MIDAS

Um dia, o rei Midas acordou e como sempre, veio-lhe seu filho Litierses perguntar:

-Pai, o queres tu que eu faça de café da manhã?

E o rei respondeu:

-Um café com leite e panquecas.

-Quantas panquecas?

E ele representou o total com os dedos da mão. E o filho perguntou:

-Quatro?

Foi quando Midas se deparou que lhe faltava um dedo.

-Meu dedo! Estou sem um dedo! - gritava como louco.

Como poderia alguém, de repente, acordar e ver que lhe faltava um dos dedos da mão? E quem poderia ter lhe cortado o dedo? Assim, Midas foi a procura de seu dedo por toda a cidade.

Enquanto isso, João, um rapaz humilde, vinha com um bezerro, eis que um homem, vendendo bugigangas lhe abordou e disse:

-Ei jovem, está a procura de quê?

-Eu estou indo vender este bezerro - respondeu João.

-Por que você não aproveita que está aqui e ouve o que tenho a dizer?

-Ah... não sei...

-Eu imagino que tens muitas dívidas e pouco dinheiro, não é?

-Sim!

-Gostaria de se tornar um milionário e ter tudo o que queres?

-Claro que sim!

-Pois eu tenho a solução! Veja, este dedo é mágico.

-Um dedo mágico?

-Sim, tudo que ele toca vira ouro! Toque de Midas!

-Não acredito!

O ambulante veio trazendo vasos dourados, belíssimos, e mostrou-os a João.

-Veja, eu transformei estes vasos em vasos de ouro com um simples toque do dedo. Então, por que não fica com o dedo?

João ficou abismado e logo se empolgou.

-Mas eu só tenho um bezerro! Quanto custa?

-Exatamente um bezerro!

-Tudo bem, eu vou levar! Tome, o bezerro é seu.

Assim, João foi para casa com o dedo no bolso. Chegando lá, ele muito feliz foi falar com a sua mãe, não com a sua mãe! Com a mãe dele, e disse:

-Veja, querida, bonita, amada mamãe, o que consegui, é um dedo mágico!

-Dedo mágico?

-Sim! Tudo que ele toca vira ouro!

-E o bezerro?

-Também, eu acho.

- Estou perguntando se você vendeu o bezerro.

-Esquece isso Venha, venha ver!

Ele tirou o dedo do bolso e começou a tocar o dedo em tudo que era objeto, porém não entendia por que nada se transformava em ouro. A mulher lhe olhou furiosa enquanto ele dizia:

-Mas o homem me disse que o dedo era mágico e...

-João, esta já é a segunda vez que eu te mando vender um de nossos animais e você me vem com essas bobagens! Outra vez você levou nossa vaquinha e me trouxe uma porcaria de feijão e disse que era mágico!

-Mas ele era!

-Era, mas veja, ainda continuamos sendo os mesmos miseráveis de sempre e você ainda volta trazendo um dedo! Agora me diga, o que fez com o bezerro?

-Eu tive que vendê-lo em troca do dedo!

-Pois você vai trazê-lo de volta! E leve este dedo daqui!

Então João regressou à cidade a procura do ambulante para devolver-lhe o dedo e pegar o bezerro, mas lhe disseram que o ambulante havia ido para longe e não mais voltaria. Quando voltou para casa sem o bezerro, ouviu poucas e boas da mulher. Agora, sem o bezerro e só com um dedo inútil, o que ele faria com aquilo? Teve um ideia, foi até o hospital mais próximo e aguardou na fila de doadores.

Quando chegou sua vez, o doutor perguntou-lhe:

-O que vai doar? Um fígado, um rim, sangue...

-Um dedo.

-Um dedo?

-Sim, um dedo!

-Veio aqui para doar um dedo?

-Ah, vai dizer que não tem ninguém por aqui que teve um dedo amputado ou coisa assim?

-É, tem um paciente que teve o dedo engolido por uma piranha.

-Então! Aqui está o dedo.

-O...obrigado por ser um doador!

Na sala de cirurgia, o paciente estava felicíssimo com o seu novo dedo, parecia até gente!

Enquanto isso, Midas continuava em busca do dedo perdido e para sua felicidade seu servo lhe trazia uma notícia:

-Majestade, sabemos quem está com o seu dedo.

-Quem? Quem?

-Ele se chama João, é bem conhecido pela cidade de Humildancia.

-Espere aí, você não está se referindo ao pequenino João que subiu até o castelo do gigante por um pé de feijão, está?

-É esse mesmo! Mas agora ele cresceu, se casou...

-Ficou rico?

-Ah... não, continua o mesmo pobretão de sempre!

-Então o que estamos esperando? Vamos atrás de João!

Assim foram o rei, seus guardas e seu filho Litierses procurar João. Chegando na pequena cidade de Humildancia, as pessoas reconheciam o rei.

-Olha lá! Não é o rei Midas?

-É sim!

-O que será que ele faz por aqui?

-Não sei, mas dizem que ele veio com seu filho para decapitar todos os camponeses que não pagam seus impostos ao rei!

-Minha nossa! Estou morto!

Todos se curvavam diante do rei e o mesmo se aproximou de um velho que descarregava a carroça de burro e lhe perguntou:

-Conheces João?

-Existem vários Joãos na cidade!

-Me refiro ao João do pé de feijão.

-Ah, aquele sem vergonha! Desgraçado, me deve mais de dois mil cruzeiros!

-Onde ele mora?

-Venha, te levo até lá.

O velho subiu na carroça e o rei em sua carruagem, o seguiu. Chegando à casa de João, o rei bateu na porta e quem abriu foi a mulher de joão junto ao filho de três anos que lhe segurava pelo vestido.

-Oh, não és o rei Midas?

-Sou.

Ela se curvou e Midas perguntou:

-Aqui mora João?

-Sim, é meu esposo!

-Vim aqui porque soube que seu marido me arrancou o dedo e creio que ainda esteja com ele.

-Espere um minutinho alteza, vou chamá-lo.

Ela foi chamar joão e com muita fúria falou baixo para ele:

-Seu desgraçado! Você arrancou o dedo do rei Midas? Por que não dissestes que o dedo era dele?

-Han?

-Pois ele está aí, e quer o dedo de volta!

João faz uma cara de preocupado e começa a roer as unhas.

-O que foi João?

-Não estou mais com o dedo.

-O quê?

-Eu doei.

-Você doou o dedo do rei?

-Foi você que me mandou me livrar do dedo!

-Mas eu não sabia que o dedo era do rei Midas! E tudo por sua culpa! Quem já viu sair por aí para arrancar dedo dos outros?

-Mas eu não...

-Enquanto nossos filhos estão morrendo de fome, querendo um pedaço de pão! Agora vá lá e resolva isso!

Quando João foi até o rei, preferiu contar toda a verdade.

-Rei Midas, eu não estou com o seu dedo.

-Como não? Está me escondendo ele?

-Não! Eu confesso que estava com ele, mas não fui eu quem arrancou o dedo da vossa majestade. Eu troquei meu bezerro por ele com um ambulante que estava na praça e me ofereceu.

-Trocaram meu dedo por um bezerro?

Litierses sugeriu para o pai:

-Pai, se quiser eu parto a cabeça dele no meio!

-Espere, ainda não. Então João, onde está meu dedo?

-No hospital.

-No hospital?

-Eu doei ele para um paciente que com toda certeza precisava daquele dedo mais do que eu.

-Mas o dedo era meu!

Litierses insiste ao pai:

-Não queres mesmo que eu o corte a cabeça pai?

-Não filho, vamos ao hospital.

Chegando no hospital, a doutora os atendeu.

-Oh, majestade! O que fazes aqui?

-Vim buscar meu dedo!

-D-dedo?

-É, meu dedo! Vocês colocaram meu dedo em um de seus pacientes.

-Ah, já sei, Homero. Mas ele não está mais aqui, já teve alta.

Então lá vai Midas atrás de Homero. Ele morava no canto mais alto da cidade, entre as montanhas verdejantes. Chegando lá, o rei encontrou uma senhora que estendia as roupas no varal e ao ver Midas, ficou surpresa e se curvou. Midas perguntou:

-Olá senhora! por acaso é aqui que mora Homero?

-Sim, aqui mesmo! Mas, como o senhor o conhece? Ele mal sai dessas bandas!

-Eu não o conheço, mas soube que ele está com meu dedo.

-Com seu dedo?

Midas mostrou a mão faltando um dedo para aquela senhora que se assustou.

-Oh meu Deus! Ele lhe arrancou o dedo!?

-Ah, então foi ele? Achei que tivessem sido João!

Midas olhou para o filho e lhe ordenou:

-Litierses, corte a cabeça de Homero!

A velha ficou espantada e implorou de joelhos para o rei:

-Não alteza, não o mate! Ele, coitado, já sofre tanto com carrapatos!

-Carrapatos?

-Sim, está cheio de carrapatos!

-Então, é melhor que morra para não mais sofrer!

-Não, não! Não o mate!

-Traga-me Homero, senhora.

A velha foi buscar Homero e o trouxe chorando até o rei.

-Aqui está.

-Mas, este é Homero?

-Sim, meu cachorro.

-Homero é um cachorro?

A verdade é que Midas havia ido em busca do Homero errado, o verdadeiro Homero, a quem procurava, morava numa vila distante, do outro lado da cidade. E lá vão eles procurar Homero.

Quando chegaram à vila, Midas saiu perguntando se conheciam Homero, mas todos diziam que não, que nunca ouviriam falar. Já exausto, Midas sentou-se numa calçada e ao seu lado veio um homem que vendia lâmpadas. Midas se aproximou e perguntou:

-Conheces Homero?

-Não, mas, tenho estas lâmpadas mágicas...

Midas enraivou-se e segurou o homem pelo pescoço e disse:

-Eu não quero as porcarias das suas lâmpadas! Perguntei se conhece Homero!

-Eu já disse que não! Por acaso perdeu a cabeça?

-Não, o dedo!

Assim eles continuaram procurando e procurando, até que tiveram a sorte de alguém o conhecer. Uma menina veio gritando para o vento:

-Meu pai tem um dedo novo! Meu pai tem um dedo novo!

Midas parou a menina e perguntou-lhe:

-Olá garotinha! Por acaso seu pai é Homero?

-É sim senhor!

-E onde ele mora?

-Na minha casa!

-Mas onde fica sua casa?

-Numa rua!

-E em qual rua?

-Numa que é calçada de pedras.

-Escute aqui, se você me levar até seu pai eu lhe dou um doce!

-Meu pai disse que não devo aceitar coisas de pessoas desconhecidas.

-Mas você não lembra de mim? Sou o rei Midas!

-Ah, meu pai me falou do senhor!

-Ah é?

-Ele disse que o senhor não passa de um ambicioso e que se aproveita dos pobres e da boa vontade de todos!

-Me leve até seu pai e te dou quantos doces você quiser!

A menina levou Midas até sua casa e chamou pelo pai, este veio e se surpreendeu com a presença do rei em sua casa e disse:

-Rei Midas!? O que vos trás aqui?

-Me dá meu dedo.

-O quê?

-Este dedo que está em sua mão, é meu!

-Me desculpe majestade, mas este dedo mim foi doado no hospital de Humildancia!

-Mas é meu e eu sou o rei e como rei lhe ordeno que me devolva o dedo!

Então Homero foi ao hospital para que lhe tirassem o dedo, mas lá ele e o médico tiveram uma conversa:

-Então você está com o dedo do rei Midas?

-Pois é, mas vou ter que devolvê-lo ao rei.

-Não, não faça isso!

-Por quê?

-Não percebes? estás com o dedo de Midas, aquele que em tudo que toca transforma em ouro!

-Nossa, é verdade!

-Se eu fosse você, fugia da cidade e ia pra bem longe, antes que o rei te procure e assim se tornará rico!

-É isso o que farei!

-Mas acho que não vai dar certo.

-Por quê não?

-Porque você pode acabar botando tudo a perder. É melhor que me entregue o dedo e eu fujo com ele, já que eu tenho mais responsabilidade. Aí, depois a gente divide todo o ouro!

-Mas o rei me pediu o dedo!

-Por isso mesmo! Não podes fugir! Entregue a ele um dedo falso e ele pensará que é o seu dedo, assim você poderá seguir tranquilamente sem nenhum peso na consciência.

-E transformaremos tudo em ouro!

-É, isso mesmo!

-Mas onde vou conseguir um dedo falso?

-É fácil! Corte um dedo de alguém e entregue ao rei.

-Já sei de quem!

Então o médico ficou com o dedo e partiu para bem longe dali, enquanto Homero tratava de arrancar o dedo de alguém. E foi até a casa de João e enquanto ele dormia, cortou-lhe o dedo e guardou numa caixinha. No dia seguinte, João gritou desesperado:

-Mulher! mulher! Cortaram-me o dedo!

A mulher veio depressa e viu João sem um dedo na mão e disse:

-E isso é por ter cortado o dedo do rei!

-Espere, será que ele quis se vingar de mim?

-Claro! Você cortou o dedo dele, como se fosse uma besteira de nada!

-Mais eu não cortei o dedo dele! Ah, mais isso não ficará assim!

João foi procurar pelo rei e vendo ele junto ao filho falou:

-Quero meu dedo de volta!

-Como ousa falar assim comigo? Se curve!

-Me curvar uma ova! Me devolve o dedo!

-Você sabe que aquele dedo não era seu, agora saia daqui se não quiser que eu mande te matar!

-Não vou sair daqui sem o meu dedo!

-Matem-o!

Mas chega Homero com o dedo de João e entrega-o ao rei.

-Aqui está alteza, seu dedo.

-Meu dedo!

João se revolta e tomando o dedo das mãos do rei, diz:

-Seu dedo nada, meu dedo.

-O quê?

-Não fui eu quem lhe cortei o dedo, mas tu cortastes o meu, então este ficará comigo!

-Mas este dedo é meu e eu não lhe cortei o dedo ora! Está querendo ser morto?

Midas pegou o dedo e enrolou num lenço. João teve de se conformar, pois, tinha filhos para alimentar, uma casa para manter e não poderia aceitar que lhe matassem, então desistiu do dedo e voltou só com quatro.

Depois que os dias foram se passando, Homero entendeu que havia sido enganado pelo médico que fugiu com o dedo de Midas e ficou furioso, andando pela rua ele viu João, triste, indignado, sentado ao lado dos filhos e da esposa. Homero foi até ele e lhe disse:

-João, vai até o rei Midas e pede aquele dedo, que é teu.

-Não farei isso, o rei nunca me entregará o dedo! E quem garante que aquele dedo seja o meu?

-Eu lhe garanto, pois, arranquei teu dedo enquanto dormias para despistar o rei.

-Tu arrancastes meu dedo? Para quê?

-O maldito do médico me aconselhou a ficar com o dedo de Midas para transformar ouro e dar a Midas um outro dedo, assim, fugiríamos e seriamos ricos! Mas o infeliz me passou a perna e fugiu com o dedo!

-Desgraçado! Infeliz! Arrancastes meu dedo!

-Mas venho aqui lhe contar toda a verdade!

-Vai ter que me trazer o meu dedo de volta ou arranco os teus!

-Mas o rei nunca me entregará teu dedo!

-Vai ou me diga logo, qual queres que eu lhe corte?

Então, Homero correu para falar com o rei Midas, mas ele sabia que não conseguiria de repente o dedo, então pensou em algo. Chegando até Midas, falou:

-Alteza!

-O que queres tu de mim?

-Preciso lhe contar toda a verdade, desde o começo.

-Que verdade Homero?

-Este dedo que vossa alteza tem, não é teu!

-Como ousa?

-Escute, lhe enganaram!

-Quem me enganou?

-O médico, me arrancou o dedo que era de vossa alteza e guardou com ele e me entregou um dedo que não era o meu, ou melhor, o seu!

-Mas, por quê?

-Vinha dizendo que queria ser rico e viver em outro lugar, com certeza ele fugiu para longe e tendo o dedo do rei, transformaria tudo em ouro e se tornaria rico!

-Mas isto é absurdo!

-Não acha?

-E mesmo que ele pretendesse fazer isso, não conseguiria!

-Não?

-Claro que não! Até porque, já faz tempo que fui liberto da maldição e nunca mais transformei nada em ouro!

-Então, o dedo de vossa alteza não tem mais poder?

-Não!

-E eu lutando por um dedo inútil!

-Como é?

-Então, pode devolver o dedo?

-Que dedo?

-Ora, este que tens mas que não é teu!

-Não. Só devolverei o dedo quando me trouxeres o meu de volta.

-Mas...

-E para quê queres este dedo?

-Para completar os cinco, pois um também me falta!

-Pois traga-me meu dedo e terá o seu.

Homero, ainda com um pouco de paciência lhe restando, foi tratar com João.

-E então Homero? Onde está meu dedo?

-Você não vai acreditar João! Midas concordou em te dar o dedo de volta se, tu buscares o dedo dele que está com o médico.

-O quê? Mas nem sei ao menos onde aquele médico está!

-Bom, isso eu também não sei, mas é o único jeito de conseguir seu dedo de volta.

Assim, João partiu em busca do médico. Dias e dias viajando, de um lado para o outro. Quando estava no deserto, ele avistou, bem longe, um homem e quando foi se aproximando reconheceu ser o médico. Já bem próximo, João o parou.

-Ei você! Pare!

-Quem é você?

-Fui quem doei um dedo, lembra?

-Ah, você.

-E vim aqui para buscar o dedo do rei Midas que está com você.

-Dedo? Que dedo?

-Não me enganas, sei que estás com o dedo!

-Tudo bem, tome. Este dedo não me serviu para nada! Achei que poderia ficar rico, que ia ter tudo o que eu quisesse, mas ele não serve!

-É, eu já sei!

-E para quê queres?

-O rei me pediu o dedo em troca de devolver-me o meu que está com ele.

-Também perdestes o dedo?

-Sim e soube que foi tu que pediste a Homero para me cortar o dedo!

-Não, eu disse a Homero que cortasse o dedo de alguém, mas não disse que teria de ser o teu!

-Mas isso não importa. Vou entregar o dedo ao rei e pegar o meu.

-Também irei contigo.

Chegando em Humildancia, o médico e João foram até o rei, este ficou surpreso quando viu João lhe trazer numa bandeja seu dedo.

-Obrigado João! Meu dedo! Que bom tê-lo de novo!

O médico, ainda inconformado, disse ao rei:

-Este dedo não funciona, não transformou nada em ouro!

-Claro! Pois não tenho mais este poder e sou muito feliz por isso! Quanto a você, será decapitado!

-Eu?

-Sim! Por ter me caloteado! Eu posso ter perdido o dedo, mas tu, perderá a cabeça!

-Espere alteza, a ideia foi toda de Homero!

-Matem-o!

Agora, Midas conseguiu seu dedo de volta e devolveu a João o dedo que lhe pertencia, mas Homero, que continuava sem um dedo, perguntou-os:

-E quanto a mim?

-Homero, desde sempre tu não tivestes dedo algum, porque o teu tu perdestes, e o que lhe ponharam era meu e o que cortastes era de João, então, não lhe restou nada, nem sequer um dedo!

-E o que farei então?

-Volte ao hospital e espere, até que outro otário chegue para doar um dedo!

E assim tudo voltou ao normal, Midas regressou com o dedo ao seu palácio, Homero ficou sem um dedo e João continuou a ser o mesmo miserável de sempre e com um dedo de unha encravada.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 02/04/2014
Reeditado em 30/05/2022
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