ROMEU E JULIETA, 500 ANOS DEPOIS...
Romeu e Julieta, 500 anos depois
Estamos na famosa Verona, onde vemos a discussão da “famiglia” Capuleto, pois a jovem Julieta não quer obedecer , de jeito nenhum, às ordens dos pais; já brigaram, a nonna tentou apaziguar, mas não teve jeito; ela não iria se casar, de jeito nenhum , com o tal Páris, que como dizia:”usava umas roupitchas muito esquisitas e era efeminado”
-Mas ele é da nobreza...- atalhava a mamma, já de olho na grana do rapaz-e onde você vai encontrar um partidão desses?
-Não caso, não caso e não caso, pronto!
-E onde já se viu andar com esse pé-rapado de Romeu, um Montecchio! Essa gente é uma ralé, e nem fizeram direito aquele serviço que teu pai contratou; uns pilantras!
-Ah, ele é legal; curte um rock e é muito animado!
O pai só olhava, como a consentir-fazer o quê? No tempo dele fazia o que os pais mandavam, mas , hoje em dia...
-Vou me trocar...
-Vai aonde?- o pai retrucou, mas viu que não tinha jeito; ela nem ouviu...
-Você mimou muito essa menina; onde já se viu? Agora ela diz que se chama Juliette, pode? Reclamava a mama.
Enquanto isso, o belo rapagão Romeu, rodava pelas ruas, em seu, é claro, Alfa-Romeo reluzente, último tipo, que comprara a prestação para pegar as meninas; assoviava para as belas donas de Verona e se sentia o tal. Eis que toca o celular :”Julieta ,ta, tá me chamando...”-era o toque personalizado. “Já tô chegando; tô a caminho...”
Enquanto isso, Julieta, na sua mini-midi saia, toda faceira e perfumada, adentra a sala do apê, à espera de seu amado...
-Aonde vai assim- brada o pai.
-Assim como? Não tô vestida?
-Está quase sem nada ...- era a mama,inconformada.
-Ah, todo mundo anda assim hoje em dia; droga, só eu que não posso; todas minhas amigas saem como querem; só eu não posso, droga, droga, droga...-e correu bufando para o quarto, a soluçar....
A mãe apiedou-se e convenceu o pai:
-Deixa a menina sair como quiser; ela gosta dele; fazer o quê?
O pai , com cara feia , concordou, mas lembrou a ela que era um Capuleto, família importante de Verona...
-Já sei, já sei, pai- e vestia agora um vestido mais curto ainda.
Nisso, ouve-se a potente buzina:
-É ele!- E sai ao balcão, quer dizer, ao terraço do elegante duplex e acena ao Romeu, no Alfa Romeo- “guenta aí que estou convencendo os velhos...”
E saíram; e não é que casaram, mesmo com toda a famiglia contra, e, não tomaram veneno não, foram é muito felizes, curtiram muito a vida; Julieta estudou e seguiu uma esplêndida carreira; o Romeu só pensava em música, mas não importava e , quem cuidava mesmo da casa era a Marivalda, excelente moça recomendada pela cunhada, pois a Juliette não iria estragar as unhas na pia. Porém, as famílias continuaram a não se dar, pois o safado do Montecchio até hoje não consertou a pia como devia.