SONHEI, JURO QUE SONHEI ! . . . (05)
Chova ou faça sol, maré alta ou baixa, todas as manhãs, logo cedo, dou uma extensa caminhada pela beira-mar. Seis quilômetros de ida e volta. Para um maior esforço, procuro andar sempre com água à altura dos joelhos. Não paro nem mudo de direção, mesmo no leva e traz das ondas. Por enquanto – e por conta disso –, acho que ainda ando bem das pernas ! . . .
Naquele domingo eu acabara de chegar de uma viagem meio longa. Fui buscar meus dois netos (idades entre cinco e seis anos) na capital vizinha. Gosto de vê-los e de tê-los principalmente nos finais de semana.
Após a caminhada de sempre e o frugal café da manhã, deitei-me numa rede, a princípio com intenção de ler os jornais e revistas dominicais, mas não deu . . .
Ainda cansado da viagem, adormeci logo no primeiro balanço . . .
e sonhei . . .
Sonhei caminhando em minha praia, onde acontecia um campeonato de surfe. E meus dois netos ali estavam entre os concorrentes. Traziam suas pranchinhas debaixo do braço. Afoitos, se aproximaram de mim e me convidaram para também surfar.
- Como surfar, se não tenho prancha ? ! . . .
Afeitos às coisas do mar (no meu sonho!), eles logo encontraram uma solução. Amarraram-me à linha de uma pipa (ou papagaio), já empinada, e me atiraram nas ondas. Pra mim, uma verdadeira viagem, a que eles chamam de “surf trip”. Melhor ainda: um "fly surf", porque, afinal, eu estava mesmo era sob o comando aéreo de uma pipa, que me permitia até. . .
. . . andar ajoelhado sobre as águas.
Surfista que é surfista, anda em pé sobre as águas - com suas pranchas, é claro.
Ora – desafiei –, em pé sobre as águas é muito fácil ! . . . Sem ser santo, quero ver é andar assim, como eu, ajoelhado . . . e – mais – sem prancha ! . . .
Só não podia me descuidar era do papagaio em sobrevoo ou plainando, sobre minha cabeça, a fim de sustentar o meu aquático vaivém.
Graças aos bons ventos, eu me sentia, sim, um concorrente menos desafiador que amostrado.
E por quê?
Porque nunca fui surfista. Sou, sim, um avô entusiasmado que (mesmo em sonho) é levado pela grandeza das ondas dos netos.
- Outra onda! - gritam.
Peguei um “tubo” e ainda tentei umas “rasgadas” e “floateres” - malabarismos radicais somente praticados pelos surfistas mais hábeis - que, naquele instante, me deixavam na “crista da onda”.
O que mais chamava a atenção da “galera” era que eu estava cometendo essa façanha (própria deles) ainda ajoelhado e sem prancha.
Quem ousaria imitar-me ? . . .
De repente, uma oportunidade de fazer um “looping fora da água”. Essa manobra, rara, me deixaria de fato famoso . . . Aí, alguém tocou em minha rede e eu . . .
despertei ! . . .
Meio atordoado, vi que estava tudo alagado debaixo de minha rede.
Poxa ! Era xixi ! . . .
Meus netos - surfistinhas - um de cada lado da rede, concorriam pra ver quem fazia a maior poça ! . . .
E o respeito ao avô, ó ! . . .
Naquele domingo eu acabara de chegar de uma viagem meio longa. Fui buscar meus dois netos (idades entre cinco e seis anos) na capital vizinha. Gosto de vê-los e de tê-los principalmente nos finais de semana.
Após a caminhada de sempre e o frugal café da manhã, deitei-me numa rede, a princípio com intenção de ler os jornais e revistas dominicais, mas não deu . . .
Ainda cansado da viagem, adormeci logo no primeiro balanço . . .
e sonhei . . .
Sonhei caminhando em minha praia, onde acontecia um campeonato de surfe. E meus dois netos ali estavam entre os concorrentes. Traziam suas pranchinhas debaixo do braço. Afoitos, se aproximaram de mim e me convidaram para também surfar.
- Como surfar, se não tenho prancha ? ! . . .
Afeitos às coisas do mar (no meu sonho!), eles logo encontraram uma solução. Amarraram-me à linha de uma pipa (ou papagaio), já empinada, e me atiraram nas ondas. Pra mim, uma verdadeira viagem, a que eles chamam de “surf trip”. Melhor ainda: um "fly surf", porque, afinal, eu estava mesmo era sob o comando aéreo de uma pipa, que me permitia até. . .
. . . andar ajoelhado sobre as águas.
Surfista que é surfista, anda em pé sobre as águas - com suas pranchas, é claro.
Ora – desafiei –, em pé sobre as águas é muito fácil ! . . . Sem ser santo, quero ver é andar assim, como eu, ajoelhado . . . e – mais – sem prancha ! . . .
Só não podia me descuidar era do papagaio em sobrevoo ou plainando, sobre minha cabeça, a fim de sustentar o meu aquático vaivém.
Graças aos bons ventos, eu me sentia, sim, um concorrente menos desafiador que amostrado.
E por quê?
Porque nunca fui surfista. Sou, sim, um avô entusiasmado que (mesmo em sonho) é levado pela grandeza das ondas dos netos.
- Outra onda! - gritam.
Peguei um “tubo” e ainda tentei umas “rasgadas” e “floateres” - malabarismos radicais somente praticados pelos surfistas mais hábeis - que, naquele instante, me deixavam na “crista da onda”.
O que mais chamava a atenção da “galera” era que eu estava cometendo essa façanha (própria deles) ainda ajoelhado e sem prancha.
Quem ousaria imitar-me ? . . .
De repente, uma oportunidade de fazer um “looping fora da água”. Essa manobra, rara, me deixaria de fato famoso . . . Aí, alguém tocou em minha rede e eu . . .
despertei ! . . .
Meio atordoado, vi que estava tudo alagado debaixo de minha rede.
Poxa ! Era xixi ! . . .
Meus netos - surfistinhas - um de cada lado da rede, concorriam pra ver quem fazia a maior poça ! . . .
E o respeito ao avô, ó ! . . .