SANTADA VI - PEDALANDO UMA BIKE

Dizem que quem aprende a andar de bicicleta nunca esquece. Até aí há um fundo de verdade, mas muitas coisas a gente esquece mesmo, na verdade a gente consegue se equilibrar. Esta santada foi meu irmão que me lembrou dela depois de ler a SANTADA V – CATANDO CAVACO.

Havia pouco ele tinha se mudado para uma cidade na região noroeste do estado de São Paulo e fui visitá-lo. Mora ele num condomínio plano que naquela época estava se formando, não tinha nem dez famílias morando. O condomínio tem uma pista semelhante a uma raia equestre de 1600 metros. Boa para caminhar e andar de bicicleta. Fazia minhas caminhadas acompanhado da Kelly (Cachorra da raça Pastor Alemã Capa Preta) que meteria medo em qualquer pessoa que se aproximasse. Era minha segurança total.

Vendo a bicicleta da minha sobrinha, resolvi matar a saudade. Não sei há quantos anos eu não pedalava numa bicicleta de verdade. Pedalava em academia. Mas o gostoso mesmo é pedalar e sentir o vento bater no rosto que dá aquela sensação de liberdade. A gente tira os pés dos pedais, abre as pernas e se sente como se estivesse voando. Naquele dia tinha chovido pela manhã. Eu não fora caminhar. Então resolvi pedalar numa bicicleta.

Garoava fraco e sabendo que no final da pista em curva havia um declive, resolvi inverter a direção para nesse declive dar “asas” à liberdade. Pedalei forte e estava numa tremenda “vula” (lembrando os tempos de criança), então tirei os pés dos pedais, abri as pernas para ter a sensação de asas e lá fui eu descendo a ladeira, apertei o freio para a primeira curva e nada, o que faço? Pensei: Fecho as “asas” e coloco os pés nos pneus? Não deu tempo, fiz a primeira curva sem estabilidade, logo veio a segunda e eu ainda estava sem domínio, passei por uma poça d’água cheia de lama, a roda traseira deslizou, descontrole total, bati com a roda dianteira no meio fio e fui catapultado a uns três metros do meio fio com um mergulho no terreno lamacento, caindo como um sapo gordo e bêbado, o chão foi o limite. Havia pouco tempo tinha feito uma cirurgia cardíaca, pensei: “Agora o coração está exposto, meu Deus, e comecei a me xingar”. A dor era tanta que parecia que tinha estourado o peito.

- Burro, esqueceu tudo, devia ter examinado os freios. O que faz um “jovem” idiota com mais de sessenta e cinco anos a fazer essas burrices. Você está vivo, mas está inteiro? Vapapu!!!

A roda dianteira ficou torta, subir na bicicleta, nem pensar, depois de algum tempo, fui empurrando a bicicleta todo cheio de lama. Percebendo que eu estava demorando, meu irmão foi dar volta com o carro, quando me viu kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Por que todos riem quando alguém cai? Depois perguntam – Tá tudo bem? Machucou?

Quando entrei em casa, minhas sobrinhas kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Depois do banho fomos até o local do acidente. Tremi quando vi que mais vinte centímetros à frente e eu teria batido com a cabeça numa pedra maior que minha cabeça. Ô cabeça de bagre!!! Pensei: “Nasci hoje”. Já nasci tantas vezes!!!

Amigos Recantistas, como perceberam eu não examinei os quesitos básicos: Examinar os freios, ver se estão bem regulados, se os dianteiros seguram ao mesmo tempo que os traseiros, etc. Se não há folga nas rodas, etc. Não é só se equilibrar, mas também conhecer as regras básicas de segurança.

SANTO BRONZATO em 11de março de 2.014.

SANTO BRONZATO
Enviado por SANTO BRONZATO em 11/03/2014
Reeditado em 25/04/2014
Código do texto: T4724357
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