Preço justo
Lembro-me vagamente, tendo me esquecido dos detalhes, de uma piada que enfoca o mérito profissional e, por isso, estou adaptando-a livremente, mas mantendo o seu escopo precípuo.
Um empresário avarento ficara rico com uma máquina extraordinária que fabricava pães sozinha, executando todas as fases do processo, como a mistura dos ingredientes, a elaboração da massa, o corte desta em pedaços e o assamento destes transformando-os em pães.
Um dia, sem mais nem menos, a máquina parou de funcionar. Desesperado por não estar lucrando, o empresário chamou um engenheiro mecânico para ver o que estava acontecendo.
Este chegou, olhou por dentro e por fora da máquina, rapidamente. Depois de refletir um pouco, pegou uma chave fixa e apertou levemente um pequeno parafuso dentro da máquina. A seguir ligou a máquina e esta funcionou.
O empresário ficou aliviado e radiante com o engenheiro, cumprimentando-o efusivamente. Afinal, se era só o caso do aperto de um parafuso, não haveria maiores despesas com troca de peças e perda de tempo. E o custo da mão de obra, a qual se resumira apenas a apertar um parafuso, seria provavelmente mínimo.
– E então, quanto ficou o serviço? – perguntou o empresário, todo feliz.
– Dez mil reais – respondeu o engenheiro.
– O quê? – espantou-se o empresário – Dez mil reais para apertar um parafuso? Até eu apertaria esse parafuso.
– Sim, apertaria – respondeu o engenheiro – Mas, antes de saber que teria que apertar o parafuso para consertar sua máquina, teria que ter o Q.I. e a boa vontade necessários para perder cinco anos de sua vida em estudos complexos de Engenharia Mecânica e mais dois anos de especialização em máquinas industriais de produção, gastando nesse processo duzentos mil reais em livros, pesquisas e mensalidades escolares.