CAIPIRA BÊBADO NA MESA DA COMUNHÃO
O jovem padre já não suportava mais, a insistência de Terêncio na mesa da comunhão. Alcoólatra inveterado o caipira morador numa cabana, á margem do velho Chico vivia da pesca. Analfabeto de corpo e alma nem sabia se fora ou não batizado. Registro civil também nunca teve.
Quando a princesa Izabel assinou a lei aura seus pais libertos da escravidão desceram canoando rio abaixo e fincaram seu casebre de capim, bem ali as margens do velho Chico naquele recanto de terras devolutas, donde cultivavam os cereais básicos de sobrevivência complementados com a pesca.
Com a morte dos pais que foram enterrados ali mesmo ao derredor do rancho. Terêncio, sozinho seguiu aquela mesma rotina. Alem da pesca praticada, plantava aipim, batata doce, e outros cultivarem de fácil manutenção.
Herdou dos pais a técnica ensinada pelos índios, no fabrico do cauim extraído do aipim e outros tubérculos por ele cultivados. Tornou-se um alcoólatra inveterado.
Tempos depois, descobriu que poderia sobreviver do seu pescado muito abundante naquela remota época sem concorrência. Passou então a frequentar a cidade, vendendo seu pescado e adquirindo lá, os seus suprimentos. Descobriu também que aos domingos quase toda a população se dirigia á igreja local. Passou então acompanhar os fiéis á missa das nove, celebrada por um padre recém ordenado. Sempre de cara cheia, mais bêbada do que um gambá em dorna de alambique, ele entrava na fila da comunhão, mas o jovem padre, vendo seu estado de embriaguês recusava lhe dar a comunhão. Ele desferia palavrões de baixo calão e saia resmungando.
O sacristão que não era nada santo aconselhou ao padre a pregar uma peça em Terêncio. De inicio o padre recusou, mas acabou convencido pelo sacristão que providenciou uma hóstia de sola branca, daquela de sapatos de senhora.
No domingo como de costume, La estava o Terêncio, querendo descobrir aquela misteriosa pastilha que todos recebiam depois se ajoelhavam e de cabeça baixa apreciavam seu sabor. Deveria ser algo muito especial, imaginava o caipira bebum.
Chegada sua vez o padre colocou em sua boca a rodelinha de sola, espelhado no ritual dos demais, ele se ajoelhou e debruçado no banco a sua frente adormeceu. La pras duas da tarde o velho vigário da paróquia entra na igreja e se depara com Terêncio ainda dormindo. Sacudindo-o acordou.
--O que isso meu filho dormindo na igreja vá pra casa!
-- Seu padre que troço branco é aquele coceis da, mode a agente cume na hora da missa?
--O que isso meu filho não blasfeme-, aquilo é a eucaristia, é o corpo de cristo!
- Ah é -, intão é sacanage daquel padre qui num gosta de mim, El mim deu foi um pedaço de orêia só mode mim sacaniá, ieu mastiguei, mastiguei, e tive de inguli intero!
O jovem padre já não suportava mais, a insistência de Terêncio na mesa da comunhão. Alcoólatra inveterado o caipira morador numa cabana, á margem do velho Chico vivia da pesca. Analfabeto de corpo e alma nem sabia se fora ou não batizado. Registro civil também nunca teve.
Quando a princesa Izabel assinou a lei aura seus pais libertos da escravidão desceram canoando rio abaixo e fincaram seu casebre de capim, bem ali as margens do velho Chico naquele recanto de terras devolutas, donde cultivavam os cereais básicos de sobrevivência complementados com a pesca.
Com a morte dos pais que foram enterrados ali mesmo ao derredor do rancho. Terêncio, sozinho seguiu aquela mesma rotina. Alem da pesca praticada, plantava aipim, batata doce, e outros cultivarem de fácil manutenção.
Herdou dos pais a técnica ensinada pelos índios, no fabrico do cauim extraído do aipim e outros tubérculos por ele cultivados. Tornou-se um alcoólatra inveterado.
Tempos depois, descobriu que poderia sobreviver do seu pescado muito abundante naquela remota época sem concorrência. Passou então a frequentar a cidade, vendendo seu pescado e adquirindo lá, os seus suprimentos. Descobriu também que aos domingos quase toda a população se dirigia á igreja local. Passou então acompanhar os fiéis á missa das nove, celebrada por um padre recém ordenado. Sempre de cara cheia, mais bêbada do que um gambá em dorna de alambique, ele entrava na fila da comunhão, mas o jovem padre, vendo seu estado de embriaguês recusava lhe dar a comunhão. Ele desferia palavrões de baixo calão e saia resmungando.
O sacristão que não era nada santo aconselhou ao padre a pregar uma peça em Terêncio. De inicio o padre recusou, mas acabou convencido pelo sacristão que providenciou uma hóstia de sola branca, daquela de sapatos de senhora.
No domingo como de costume, La estava o Terêncio, querendo descobrir aquela misteriosa pastilha que todos recebiam depois se ajoelhavam e de cabeça baixa apreciavam seu sabor. Deveria ser algo muito especial, imaginava o caipira bebum.
Chegada sua vez o padre colocou em sua boca a rodelinha de sola, espelhado no ritual dos demais, ele se ajoelhou e debruçado no banco a sua frente adormeceu. La pras duas da tarde o velho vigário da paróquia entra na igreja e se depara com Terêncio ainda dormindo. Sacudindo-o acordou.
--O que isso meu filho dormindo na igreja vá pra casa!
-- Seu padre que troço branco é aquele coceis da, mode a agente cume na hora da missa?
--O que isso meu filho não blasfeme-, aquilo é a eucaristia, é o corpo de cristo!
- Ah é -, intão é sacanage daquel padre qui num gosta de mim, El mim deu foi um pedaço de orêia só mode mim sacaniá, ieu mastiguei, mastiguei, e tive de inguli intero!