Curtos

Curtos

Gosto de escrever textos curtos que publico no meu site, a maioria de humor, inspirado basicamente no Caderno H do Mário Quintana, um dos meus livros de cabeceira. Aproveito a oportunidade das férias e do verão e publico alguns para vocês lerem relaxadamente.

#

Mulheres sem lógica!!!

- Ah José, você só vê o que eu não faço, o que eu faço você não vê?

- Ué, como posso ver uma coisa se você não a fez? Injustiça tua!!!

#

Suspeitos!

Todo o cachorro de cemitério é um ladrão de ossos em potencial.

#

Grandes questões ainda sem resposta...

Porque o suco de laranja é amarelo e não cor de laranja?

E porque o suco de acerola é cor de laranja?

#

Os Insuperáveis

Por mais que o cinema se esforce nos últimos anos, os grandes filmes da história da sétima arte continuam sendo:

- As tranças do careca;

- A volta dos que não foram;

- Poeira em alto mar.

#

Amor impossível!

João Madeira Pinheiro conheceu uma moça linda. Foi amor à primeira vista!

Na primeira oportunidade aproximou-se. Depois de uma breve conversa introdutória, perguntou o nome da bela.

- Maria Machado Serra.

Desistiu do romance. Não daria certo. Questão de sobrevivência.

#

A ignorância ao alcance de todos...

Cultura demais confunde a cabeça:

- Paulinho, diga o nome de um outro animal da mesma família do tigre.

- Eufrates, professora!

- !?!?

#

"O Malamém"

Os adultos falam as coisas de qualquer jeito, as crianças entendem como podem...

Um domingo em família.

Missa pela manhã, almoço, passeio pela tarde, noite. Hora de dormir. O filho começa e reclamar, já deitado na cama.

- Mãe, tô com medo!

- Dorme filho, não precisa ter medo, mamãe e papai estão aqui.

- Mãe, tô com medo!

A mãe levanta e vai até a cama do filho.

- O que foi Pedrinho? Porque tá com medo?

- Tô com medo do Malamém mãe.

- De quem?!?!

- Do Malamém mãe, tô com medo que ele me pegue.

- Malamém?!?! Quem é esse Malamém Pedrinho?

- O Malamém mãe! Aquele lá da igreja.

- Malamém da igreja filho? Que Malamém?

- Ah mãe, o Malamém, tu sabe!

- Filho, eu não sei quem é.

- Mamãe, aquele que vocês ficavam pedindo na missa "e livrai-nos do Malamém". Tô com medo dele mãe!

(Texto baseado em personagem de Pedro G Rocha)

#

O exterminador

Assassinava-os.

Sempre alegava legítima defesa. Eles eram muitos. Centenas. Uma vez chegou a contar 827 deles. Melhor dizendo, 827 corpos, pois os contava sempre depois de mortos.

Assassinava-os.

Usava gás tóxico. Gastava um recipiente inteiro, visto que eram muitos. Chegava e ia empurrando os móveis e, quando eles se mexiam, atingia-os. Alguns se movimentavam, em desespero, para todos os lados. Em vão. Ele expandia o gás por todo o cômodo, tornando-o uma mortífera câmara de gás.

Em minutos todos jaziam sobre o chão. Alguns ainda estrebuchavam.

Findo o ataque, ele empurrava seus corpos com uma vassoura. Depois, preparava-se para dormir o sono dos justos e dos inocentes. Tranqüilo, sem dramas de consciência.

Agia em legítima defesa!

Deitava e, com a luz ainda acesa, ficava observando aquele amontoado de cadáveres. Todos criaturas de Deus, agora sem vida, por obra sua.

O que fazer? Agia em legítima defesa!

Assassinava-os? Mosquiticídio? Mosquiticida?

Era a lei do mais forte.

Agia em legítima defesa.

Publicado no Jornal Portal de Notícias.