Conversa na roça

Primeiramente, gostaria de dizer, e não é novidade alguma... Que na vida tudo tem um preço, tudo o que queremos, sabe-se que devemos lutar para conseguir, muitos conseguem atingir seus objetivos, realizar os seus sonhos, mas através de muita força de vontade, foco e disposição para o trabalho. Pode-se dizer que nem sempre é fácil, em se tratando do nosso País – Brasil, (sem dúvida um país rico e lindo) enriquecer facilmente, infelizmente não é para muitos, viver uma vida de luxo está cada está vez mais difícil, por conta da grande desigualdade social existente na nossa sociedade. Porém tenho orgulho da minha brava gente, luta com persistência, e vive com alegria. Por isso posso dizer com propriedade, já que faço parte desse povo que luta com dignidade para obter um lugar ao sol, que podem nos tirar o direito a algumas regalias, mas o sistema jamais vai nos tirar o gosto pela vida, me encanta dizer, que nosso povo é forte, carismático, acolhedor e isso ninguém vai conseguir extirpar desta raça lutadora.

Certa vez alguém me disse que os preços das coisas estavam pela hora da morte... Então questionei... Como assim!? Hora da morte!?

- Sim, é que está tudo tão caro, que fica mais fácil chegar a hora da nossa morte do que conseguirmos o dinheiro para comprarmos algumas coisas que desejamos.

Então concordei, sem falar que, a hora da morte é a que custa mais caro, imaginem só o quanto pode custar um funeral... Caríssimo!

Porém, cada um vive como pode, o importante é viver com alegria, honestamente, com dignidade, e não deixar-se contaminar por aqueles que acham que podem subir na vida fazendo os outros de escada.

Mas falando em vida difícil, nas minhas férias estava passeando na roça, e então presenciei uma cena interessante... Fazia uma tarde de sol escaldante, dois compadres estavam trabalhando na capinação de uma roça, quando resolveram descansar um pouquinho embaixo de uma árvore...

(Sr. José ) -Ô cumpadi , qui trabaeira danada né? A lida tá difíce, o sor tá brabo hoje!

(Sr. João) -É mermo... A vida num é facir não... Mai vamo capiná cumpadi Zé senão num vão pagá a gente...

(Sr.José) -Carma cumpadi vamu discansá um tiquinho, adispois nóis vorta pra terminá o trabaio e ganhá nosso dinheiro.

(Sr.João) -Arre égua... Intão tá bão, Mai arrepara bem cumpadi ...Pra tudo carece de tê dinheiro!

(Sr.José) -Mai num é cumpadi? Si num trabaiá duro, num dá pra vivê dereito nessa terra, carece mermo de tê o dinheiro pra nascê... pra vive... e inté pra morrê!

(Sr.João) -Eita vida cumpricada... Agora já sei purque os bebezin dispenca a chorá quando acaba de nascê...

(Sr.José) -É mermo cumpadi!!!!??? Mode quê intão????

(Sr.João) – Chora di disgosto, mode quê já sabe qui a vida vai sê dureza sô!!!

FIM

Byyá
Enviado por Byyá em 22/01/2014
Reeditado em 22/01/2014
Código do texto: T4660084
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