APAGADOS DO AR
APAGADOS DO AR
(Autor: Antonio Brás Constante)
Os brasileiros sempre tiveram fama de andar com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Provavelmente por esse motivo estejam demorando tanto tempo para colocar um foco de luz, que ilumine uma solução definitiva para este apagão aéreo.
Os comentários que andam por aí (antes desse apagão, os comentários voavam ao sabor do vento), dizem que atualmente a probabilidade de se enxergar um óvni nos céus é muito maior do que ver um avião sobrevoando qualquer cidade. Tudo isto porque os controladores dos controladores de vôo perderam totalmente o controle dá situação, deixando os aeroportos completamente descontrolados.
Como devemos sempre ver os dois lados dos acontecimentos, podemos extrair deste problema ao menos uma notícia boa e outra ruim (escolhida entre várias). A má notícia está em todos os veículos de comunicação do país, lembrando aos leitores e ouvintes que ninguém consegue voar. Por outro lado, à boa notícia é de que, na história do Brasil, os índices de acidentes envolvendo aviões nunca estiveram tão baixos.
Outro aspecto positivo que vem sendo observado, diz respeito ao turismo. Pode-se notar que um grande número de turistas gaúchos passou a aproveitar suas férias no próprio Rio Grande do Sul, o mesmo ocorre com os muitos turistas baianos que estão aproveitando as belezas da Bahia, ou dos turistas cariocas, paulistas, paranaenses, entre tantos outros que estão fazendo turismo em seus estados, visto que não puderam alugar asas para outros lugares. Com isto as pessoas estão descobrindo ou redescobrindo suas próprias regiões. Ou seja, este apagão está sendo uma maneira das pessoas aproveitarem as maravilhas que existem ao seu redor, conhecendo melhor suas raízes, já que as alternativas turísticas seriam longas esperas, plantadas nos saguões dos aeroportos, se quisessem viajar para lugares mais longínquos.
Para a maioria da população, essa desordem aérea não parece ser algo assim tão caótico. Pois são pessoas que já estão acostumadas a enfrentar filas. Elas vêem sua condução atrasar todos os dias. Costumam ficar espremidas e mal acomodadas em transportes superlotados. Gente que tem de pagar por serviços de transporte deficitários, para poderem chegar ao seu trabalho. E que, infelizmente, ficam sujeitas a transformações sem aviso nas rotinas dos transportes, sendo penalizadas com invenções de sistemas de transbordos entre outras obras que lhes causam muito transtorno. Quem sabe, não contrataram o secretário dos transportes da fictícia cidade de Jangadas do Rio Podre para coordenar os trabalhos nos aeroportos? (outros detalhes no texto: “Um mundo nada perfeito”, disponível em: www.abrasc.pop.com.br).
Na intenção de se tentar resolver o problema aéreo, foram feitos contatos com todas as equipes envolvidas no assunto, porém, as tais equipes acharam melhor não se envolver. De certa forma podemos dizer que este é um problema que não paira sobre nossas cabeças, pois tem ficado estacionado nos aeroportos para desespero dos que necessitam voar.
Enfim, talvez o melhor jeito para se dar um fim ao problema do apagão aéreo, seja buscar a consultoria especializada do Talibã, para que eles possam demonstrar de forma prática aos responsáveis por todo este caos, como se faz para liquidar a principal causa desse problema. Pois os membros da Al Qaeda sabem, melhor do que ninguém, como mandar todo mundo pelos ares.
(Sites: www.abrasc.pop.com.br e www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)
E-mail: abrasc@terra.com.br
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