"Rapid"...do Joãozinho...

Fazer perguntas a Joãozinho é um perigo...

O professor da turma do Joãozinho, ao que tudo

indica, chegou meio mal humorado à sala. Qualquer coisa, da parte dos

alunos, por menor que fosse, era motivo de repreensão pelo professor

(é provável que a esposa dele tenha dormido de calça "jeans"...).

A certa altura da aula, sem o menor motivo para

isso, o professor diz à turma :

- Aquele ou aquela que se julgar burro ou burra fique de pé.

Como era de se esperar, ninguém se levantou...

à exceção dele : JOÃOZINHO...O TERROR DOS PROFESSORES.

Espantado - já que, em sua turma, Joãozinho

era tido, por unanimidade, como um dos melhores dela, apesar do com-

portamento "um tanto quanto" problemático - e meio sem jeito, o pro-

fessor pergunta ao Joãozinho :

- Por que justamente você, Joãozinho, se levantou ? Você se inclui

no meio dos burros ?

- Prá ser sincero, não, "fessô", mas é que, mesmo que o Sr. não acre-dite, gosto do Sr. ...Fiquei com pena de ver só o Sr. D E P É na sala...foi isso.

..............................

(Como este é o nosso terceiro e último texto para

este dia, aproveitamos o espaço abaixo para mais

dois tópicos...GRAMATICAIS.)

1o.) DESAFIO LINGUÍSTICO :

No segundo texto nosso, hoje postado (referente a

nossa proposta de palestra), empregamos esta frase :

"Que negra bonita, esta aí !"

Que análise crítica (nos aspectos semântico e mor-

fológico - neste último, incluindo eventual "imperfeição gramatical") ela permite seja feita a seu respeito ?

2o.) QUESTIONAMENTO (sujeito a discordância) GRAMATICAL

(Ainda sobre o assunto EMPREGO OU NÃO DE CRASE EM "Á TODA"),

estivemos, em pesquisa, observando a estrutura de determinadas locu-

ções adjetivas. Pudemos verificar, em algumas delas, como nos exem-

plos a seguir, que elas - QUE EMPREGAM CRASE por tal condição (locu-

ção e FEMININA) são formadas da preposição A + adjetivo feminino. E

a cada uma delas corresponde (como já adiantado ontem) um advérbio.

Veja :

Às TONTAS (=tontamente) (já usado ontem)

Às CEGAS (=cegamente)

Às CLARAS (=claramente), etc., etc.

E é neste ponto da exposição que perguntamos :

Será que À TODA não poderia ser incluída neste mesmo critério,

uma vez que À TODA teria como advérbio correspondente "total-

mente", "inteiramente", "por inteiro" ? Em tal hipótese (aqui, sim,

cabe mais uma polêmica) TODA passaria a ter confirmada sua

classificação como adjetivo ontem citada . Se houver tal possi-

bilidade (de "toda", em "À TODA") ser classificada como adjeti-

vo, aí já não restaria qualquer dúvida de que SERIA NECESSÁRIO

O USO DA CRASE EM "À TODA", apenas quando tivesse como si-

nônimo correspondente NA TOTALIDADE, POR INTEIRO, VELOZ-

MENTE, RAPIDAMENTE (neste caso, não seguida de qualquer

substantivo).

À crítica dos quantos se dispuserem a tal.

pedralis
Enviado por pedralis em 21/11/2013
Código do texto: T4580153
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