"Rapi"...do padre
A despedida do padre.
Após um longo tempo servindo àquela paróquia,
o padre será transferido para uma outra.
Por ter conquistado a simpatia do povo dali, a pp-
pulação resolveu homenageá-lo com uma festa de despedida na praça
principal.
Palco armado, banda de música a postos, o padre
e a população já presentes, faltando apenas a presença do prefeito.
Já próximo à meia-noite, em que todos já estavam
exaustos de tanto esperar pelo prefeito, resolveu-se que a solenidade
seria iniciada mesmo sem a presença dele. Após o discurso do orador e
representante da população, foi a vez da fala do padre.
- Minha gente humilde que aprendi a amar...é chegada a triste hora da
partida. Mas, neste instante, não poderia me esquecer de registrar um
fato que me deixou muito abalado logo na primeira missa que celebrei.
A primeira pessoa a se confessar comigo, contou coisas horríveis : ele
havia dado uma rasteira nos demais herdeiros e ficou com toda a heran-
ça da família, disse que, às escondidas, continuava experimentando to-
do o tipo de drogas, que já tinha transado com a esposa de cada um
de seus auxiliares, que tem três amantes na capital, que ele visita todo
fim de mês...
Neste ponto do discurso, chega o prefeito. O pa-
dre, então, dá por encerrado o seu discurso, para que o prefeito fizes-
se o dele. E foi assim que o prefeito iniciou o seu discurso :
- Gente da minha terra, estou, aqui, diante deste representante de
Deus. Não sei se ele ainda se lembra, mas fui eu, nesta cidade, o primei-
ro a se confessar com ele...