Se me contam eu te conto...4 ( Cunverça isquizita)

Cunverça Isquizita...

Dois kumpadis, viúvos, caipiras, poca curtura, muito amigos, já com umas e otras na cabessa, travaro a ciguinte cunverça num buteco. E os otros iscutando tudo.

- Kumpadi... Cê é viúvo quiném ieu, né?

- Hum... Hum... - arrespondeu o outro, bebericando sua pinga.

- Pois é... Eu tava pensano... Cê é viúvo e ieu tamém.

- Hum... Hum...

- Antão... Eu tava pensano... Nóis é amigo de muitos anos, né?

- Hum... Hum...

- Cê tem sua terrinha do lado da minha, né?

- Hum... Hum...

- Nóis se dá muito bem, né?

- Hum... Hum...

- Cê vévi suzinho e ieu tamém, né?

- Hum... Hum... – tomano mais um góli e o ôto tamém.

- Sabe, nóis priciza cazá! Tô pensano niço já faiz muito tempo – o buteco intêro iscutô.

- Quê iço kumpadi!

- Ara! Nóis vévi suzinho, cada um no ceu canto, ora!

- Qui cunverça é éça, kumpadi!

- Ara... Se nóis cazá, nóis num vamo vivê mais suzinho. Cê gosta de mim, num gosta?

- Craro. Mais...

- Antão! Nóis priciza cazá!

- Cê tá tonto, kumpádi? Todo mundo tá iscutano o que ôcê tá falano.

- Nada di mais, kumpadi!

- Cumo nada dimais! Óia o qui ocê cabô de falá... Cê diçe qui nóis dois priciza cazá!

- Craro! Cê cáza cuma muié... ieu cum ôta muié... ansim, nóis num vai vivê mais suzinho, uai!

- Ah, ansim ieu inté concordo.

Fim.