O pessoal lá do céu já estava cheio, não aguentava mais. Uma manifestação, sem dúvida, seria o próximo passo, com ou sem Black blocs. O importante era fazer com que Deus, todo poderoso, (e toda a sua turma) ficasse mais flexível, menos dono da verdade, menos arrogante e arbitrário. Negociação era a palavra de ordem. Revisão dos mandamentos, dos dogmas, dos sacramentos, do que era ou não pecado. Definição de uma vez por todas qual religião era a verdadeira, coisas desse calibre .
Todos deveriam se reunir na praça principal, em frente a morada de Deus e, se necessário fosse, haveria o maior quebra-quebra, seria cruzes e altares voando pra todo lado, uma porradaria sem precedentes, e aí é entraria a participação dos Black blocs.
Seria questionado tudo; os apóstolos, todos 12, os 3 reis magos, Maria Madalena e seu relacionamento suspeito com Jesus. Por que a bíblia deveria ser sagrada e encarada como algo estático, imutável, assim como uma bíblia?
Mas Deus, como sempre todo-todo, não estava nem aí, nem aqui, estava em todos os lugares esbanjando onipresença.... Assim, era praticamente impossível para os manifestantes fazerem uma operação surpresa.
Os “sem igreja” estavam a todo vapor e as mulheres queriam mais representatividade, mais visibilidade e que não fosse obtida por meios mundanos baseados em seios à mostra, pernas saltitantes e sorriso maroto convidadivo – ponto esse que causava certa discordância entre os homens.
Em meio a muitos debates para definir uma pauta mínima de reinvidicações.... o tempo foi passando e Deus, captando no ar a mensagem insubordinatória, com sua suprema sabedoria e rapidez de raciocínio, chamou Noé e falou: inundação já antes que seja tarde.
Noé com poderes plenos delegados por Ele entrou em ação e choveu torrencialmente inundadando as terras celestiais por tempo suficiente para que os manifestantes se interessassem por outros assuntos, tal como a Copa do mundo e a seleção do Felipão.