Lá nos idos dos anos 77,

que pertencem a outro século,

milênio,

ou a uma era distante, talvez.

Um professor declarava, injuriado, para a nossa turma de matemática:

- Esse tal de Kichute é um perigo, um dano, um absurdo! Usei um e deu-me, durante o dia todo, uma dor terrível na coluna!

Olhei para os pés da turma e mais da metade calçava, entre eles eu, aquela borracaha de solado e panos pretos. Logo pensei em dizer:

- Professor, Kichute não é para velho!

Não o disse por que não queria
estragar meu bom histórico de notas.

Foi um cálculo acertado!