A fuga

Esta passagem cômica aconteceu em uma cidade de médio porte, no interior do Rio de Janeiro.

Cinco amigas resolveram ir a um show, naquele fim de semana. A agitação entre os jovens era frequente, como de costume, porém, para este evento, parecia ainda maior. Era tanta mensagem trocada pelos celulares, tanto bate-papo no face, tanto comentário a respeito da roupa, do sapato, do cabelo para participarem, com aquele DJ famoso, que ninguém aguentaria se fosse adiado o evento!

O dia chegou, elas se reuniram felizes e viveram aqueles momentos planejados, sonhados e que foram realizados de maneira marcante.

Acontece que, quando a festa estava para terminar, se lembraram que estavam sozinhas! Os irmãos não estavam ali, pois havia outras opções para eles e suas namoradas. Elas, não gostaram de nenhum rapaz que as pudesse acompanhar até em casa. E agora?

Esqueci de registrar que as jovens dormiriam na casa de uma delas, pois não era tão longe do local, dava para irem caminhando até lá.

Não encontraram nenhum táxi... esperaram por uns trinta minutos e nada! Detalhe: não levaram os celulares.

O horário era impróprio para cinco moças saírem de um evento, andando pelas calçadas e ruas sozinhas... porém, não haveria jeito; concluíram.

Resolveram, então, juntas, seguirem para a casa da colega. Para se distraírem, começaram a contar o que acharam do DJ, da decoração e foram se animando, à medida que davam suas opiniões e riam de momentos divertidos, como por exemplo, quando um bêbado subiu ao palco e dançou imitando uma artista famosa... os seguranças tiveram trabalho para tirá-lo de lá.

No meio do caminho, em um intervalo entre a conversa animada, perceberam passos na direção delas. Daí, cochicharam entre si, combinando apressarem os passos.

Em seguida, os passos do suspeito apressaram, também. Elas aumentam mais ainda seus passos, já com certo desespero, pois estavam sozinhas, sem nenhum socorro por perto.

Quando perceberam, já estavam correndo e o rapaz, que a seguiam, corria também.

O pavor tomou conta das moças. Fugiam em disparada; algumas tiraram os sapatos de salto alto, os levaram nas mãos mesmo e as outras, tentavam se equilibrar neles, com receio de que fossem primeiras vítimas do tarado.

Ao avistarem o portão da casa, já estavam quase sem fôlego.

A primeira, a chegar, berrou:

- Mãe, pai, abram, por favor...urgente!!!

As outras, quase chorando, também começaram a gritar...

Naqueles eternos minutos, o rapaz se aproximou fazendo sinal de silêncio com o dedo indicador e, logo em seguida, disse a elas:

- Calma, gente, sou da paz! Não sou tarado! Eu queria apenas alcançá-las, porque queria companhia para ir até aquela esquina, onde meu tio mora. Eu também estava com medo de vir só, pelas ruas escuras, nestas horas da madrugada!

O alívio tomou conta de todos...até dos pais da moça que abriram a porta, apavorados, sem nada entenderem!

Todos riram muito, quando viram o estrago nos saltos quebrados dos sapatos das duas moças, nos pés sujos das outras e nas lágrimas que haviam caído, pelo susto que levaram!

Danusalmeida
Enviado por Danusalmeida em 08/10/2013
Reeditado em 08/10/2013
Código do texto: T4516461
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