#UMA MULHER TRAÍDA EM MEU TAXI#

Uma passageira entrou em meu taxi. Encontrava-se, vamos dizer assim, "camuflada". Usava: óculos escuros; chapéu igual ao da "Carmem Miranda"; um capote, que mais parecia, aquele que o Dunga, "ex. Técnico da seleção" usava e botas que iam até o joelho. Muito estranha, mas também muito bonita...

Ela falou seu destino e começou a chorar. Sem saber o que fazer, e ao mesmo tempo, um “pouco curioso”... não sabia se andava, ou se perguntava, o motivo do chororô. Então...decidi perguntar se ela estava passando mal. Ela me disse que não, e que chorava por outro motivo. Não querendo falar...

Meio que persistente, disse:

- Senhora! Assim como dizia, "Roberto Carlos", numa música em que gravou...Taxista é um “analista urbano”, pode confiar e desabafar... Levei um baita fora, não colou...

Chegando ao local destinado por ela, pediu-me para aguardar um pouco, porque iria pegar um amigo. Nesse momento já havia parado de chorar e parecia estar muito tensa.

Passou, mais ou menos, meia hora, perguntei se ele viria mesmo...ela disse que sim.

Depois ela começou a fingir que falava ao celular e disse-me que ele já estava chegando. Mas já havia se passado quase uma hora...

Quando completou duas horas de espera, disse que não daria mais pra esperar, porque eu tinha um compromisso. Foi quando ela puxou uma notinha de cem reais e botou em minhas mãos. Falei que o compromisso não era muito importante, que poderia esperar o tempo que fosse necessário, afinal, eu estava ali pra ajudá-la.

De repente, saiu de um prédio, um carro com os vidros escuros. Foi quando a mulher me pediu para segui-lo. Perguntei se era o amigo tão esperado. Ela estava muito nervosa, mas acabou me dizendo a verdade...

- Estou desconfiada do meu marido, acho que está me traindo e agora vi uma mulher dentro do carro com ele.

Estranhei, porque dentro do carro, não dava pra ver nada, de tão escuro que era o vidro. Então, fui atrás, mas o sujeito corria muito e estava difícil de alcançá-lo...até que em um determinado momento o trânsito foi ficando mais lento e eu consegui colar no "marido infiel", mas infelizmente um outro carro me atrapalhou, entrando em minha frente e depois também o sinal (semáforo) fechou. A doida que já estava com os nervos a flor da pele, começou a gritar comigo. Dizia em alto e bom tom, que eu era: um morrinha; um roda presa; uma tartaruga etc, etc, etc...

Fiquei muito revoltado e também já estava ficando nervoso com aquela situação. Disse a ela que não iria mais seguir aquele carro...foi quando, ela puxou, outra notinha igualzinha a anterior e colocou em meu bolso. Então tive de dizer:

- Aquele carro atrapalhou entrando em minha frente, mas pode deixar, que a partir de agora, nem em semáforo pararei mais...

Sai cantando pneu e tentando recuperar o prejuízo em relação a distância que nos separava. Depois de: quase atropelar o cachorrinho de uma senhora; raspar a roda no meio fio e cair num bueiro, consegui alcançá-lo novamente e emparelhei com ele.

A louca meteu a cabeça para o lado de fora do carro e gritou:

- Para, para ai, seu safado...você hoje vai apanhar, seu: filho disso, filho daquilo, seu Mariquinha...a mulher falou palavrão até que eu não conhecia.

E com seus gritos histéricos, me intimou a fechá-lo...então falei:

- A senhora está doida, não posso fazer isso... jamais, em tempo algum...é muito perigoso!

Ela abriu a bolsa e pegou duzentos reais...não pensei duas vezes, meti o carro na frente do carro do "marido traidor". Fomos parar em cima de um canteiro na calçada.

De repente...a porta do carro se abriu e saiu lá de dentro, um moreno forte pra cacete, mais forte que os lutadores, Minotauro e o Anderson Silva juntos...e ainda com um porrete na mão. Primeiro eu havia achado que pudesse ser, motorista ou segurança. Só que, com a negativa daquela mulher Bestial, só para não chamá-la de Besta, eu tive a certeza que estávamos encrencados.

Vi que ela ficou pálida, branca que nem uma vela e falou-me baixinho:

- Aquele não é meu Marido.

Foi quando voltou a berrar...

- Sai fora daqui, “pelamordedeus”!

Alexandre M Brito
Enviado por Alexandre M Brito em 04/10/2013
Reeditado em 04/11/2013
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