UM SETE UM
Luiz Poeta ( SBACEM - RJ ) - Luiz Gilberto de Barros
Às 20 h e 46 min do Rio de Janeiro
Talvez por ingenuidade ou quando é conveniente,
Alguém pega o que é da gente sem ver a assinatura
E chora, ri, gesticula, num êxtase particular
Declama, canta, sei lá... Até chora, a criatura !
E digita o que a gente... criou, sem nos perguntar
Se podia publicar... e o pior, sem autoria !
A gente quer se matar ou matar o desgraçado
Que parece um retardado que nem escreve poesia !
Ah... brincadeira tem hora ! A adrenalina cresce,
A gente se enfurece e xinga quem publicou:
Safado, ladrão, cretino, hipócrita, um sete um !
Porque o que rouba um, na certa uns dois já roubou !
E cadê a autoria ? Que fim levou o meu nome ?
É assim ? ... o nome some e ninguém reclama nada ?
É mentira, isto é piada ! É estelionato, é rapina !
E a pessoa, cretina... Além de tudo é folgada !
Se mostra logo ofendido, na maior cara-de-pau
Corre logo pro jornal e até dá entrevista !
Que safado ! É um artista na arte do surrupio,
O sem-vergonha, vadio vai dando uma de sofista
E diz: esse texto lindo, que pena... sem autoria,
É meu... Que patifaria ! Tem dono agora o meu texto ?
O tal inventa um pretexto inaceitável, mesquinho,
E trata até com carinho o desfecho do contexto.
Ah... me larga ! Eu viro bicho !
Pensa que achei no lixo a minha inspiração ?
Se eu pego esse sacripanta
Eu corto sua garganta ! ... E arranco seu coração !
...que nada... eu sou poeta e poeta é de uma casta
Sublime... Por hoje basta... registre, amigo, sua obra
Tem gente que é como cobra sorrateira e mentirosa
Que rouba um poema ou prosa com a astúcia... de certas sogras.
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