Em tábua sem pé, a mesa não manca

Servidas toda as refeições

A base era uma tábua no chão

Se caia, o copo caia de pouca altura

Todos de pernas cruzadas sem candura

Como se a terra fosse de ninguém

Postura igualitária, todos ao rés da terra

E quem mais produzia era a idade da matrona

Aliás, daquela tábua ela era a dona

Em busca de mais conforto à senil

O mais novo, solidário e viril

Botou pernas na tábua,

Naturalmente virou arrimo de família

Como se em fábula

Pernas, para que eu te quero?

Depois daquilo, daquele instante

Ninguém mais saía da mesa saía ofegante

Algo mudou, ninguém mais comia torta ou empada

Se insistisse em se manter de pernas cruzadas

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 02/10/2013
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