SONETO DO INMETRO
O PRIMEIRO - original



Tanto se faz para a precisão milimétrica,
E integra a íntegra da regra de um verso cego,
Dentro do ritmo de um gráfico logarítmico,
Medida doce do paquímetro aconchego.

E há de haver sílabas tônicas de acrílico,
A garantir cristal no som, - é vício ou apego?
E tudo isso sem se contar que o fato é empírico,
O que antes veio, foi o soneto que aqui carrego.

Dessa forma quantificada de medidas,
Com paralaxes resultando de impressões,
Vai o soneto vendo tudo, da forma à vida,

E sem sentir-se interferir com opiniões,
Ele é quem manda, pois fabrica a preferida:
A escrivaninha em que dirá luz e paixões
...


SONETO DO INMETRO 2
O RETORNO - evolução

Já se admite eficiente a medida em centímetros,
Por trazer, ao verso cego, a visão borrada,
E o ritmo não precisa ser trigonométrico,
Qualquer régua de plástico estará apropriada.

Sílabas tônicas não têm uma alma ou espírito,
Só terão que estar muito bem posicionadas,
E não é pelo fato – soneto - ser empírico,
Mas a poesia obsessiva é que é metrificada.

E do número resultante não se diga
Ter feito uso de cálculos diferenciais
Nas integrais dos polinômios dessa vida.

O bom soneto traz consigo soluções
E simplifica posturas professorais:
Ele dá vez às esquecidas emoções...
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 15/04/2007
Reeditado em 15/04/2007
Código do texto: T450137
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